A tranquilidade de Galera esconde uma mente inquieta, que o transformou num dos mais brilhantes escritores da literatura brasileira atual. Cordilheira é sua obra mais recente e, até o final do ano, pretende lançar uma graphic novel em parceria com o desenhista Rafael Coutinho, cujo título provisório é Cachalote. Nas horas vagas, Galera aproveita sua nova vida em Santa Catarina, se arrisca na música, curte uma cervejinha com os amigos pra relaxar e se comunica bastante pela internet, o primeiro veículo a publicar seus escritos.
O que você ouve enquanto escreve?
Em ordem de preferência: silêncio, rebentação do mar e o piano do Jelly Roll Morton.
Qual a última frase escrita por você antes de começar esta entrevista?
“Combina lá com eles pra buscar teu celular.”
Qual a trilha sonora perfeita para Cordilheira?
Motörhead, qualquer disco.
Que disco você gostaria de transformar em livro?
‘The boatman’s call’, do Nick Cave. Todo aquele romantismo lúgubre daria uma bela coletânea de contos.
Você é a versão real de que personagem da literatura?
De Groo, o Errante.
De quem gostaria de herdar o talento?
Não gostaria de herdar o talento de um escritor, e sim de um músico. Gostaria de tocar violão como o Yamandu ou o Elomar, violino como o Warren Elis ou de ser capaz de compor canções folk enganosamente simples como um Will Oldham ou Neil Young.
De quem gostaria de escrever a biografia?
Do ator Jeff Goldblum.
Que música descreveria a imagem que você vê ao abrir a janela pela manhã?
“Mogwai fear Satan”, do Mogwai. Ou “I’m So Depressed”, do Abner Jay.
Que som tira sua concentração?
A voz humana.
Você tem algum segredo que gostaria de revelar agora?
Não bebi o bastante, lamento. Vou ficar devendo.
Saiba mais sobre Daniel Galera e baixe seu primeiro livro, Dentes Guardados, gratuitamente, aqui.
Foto: Renato Parada