Bandas que você não conhece mas deveria é a seção mais antiga da NOIZE. Desde 2007, ela se reinventa em diferentes formatos e continua sendo impressa a cada lançamento do NOIZE Record Club. Toda quinta-feira, vamos publicar uma indicação musical apresentada na revista. Nesta edição, Raquel Dimantas foi a indicada no BQVNC do Lado B da revista #130, que acompanha o vinil de “Habilidades Extraordinárias”, da Tulipa Ruiz.
Fruto da cena independente do Rio de Janeiro, Raquel Dimantas, 29, adentrou o mundo da música ainda na infância, quando comentou com seus pais que desejava aprender a tocar violino. Entre aulas de educação musical com o método suzuki, a carioca passou a também se interessar pelo baixo.
Em colaboração com outros artistas, Dimantas já participou da gravação dos dois discos de Ana Frango Elétrico – Mormaço Queima (2018) e Little Electric Chicken Heart (2019) º, do álbum Magia Magia (2019), de Gus Levy, e do disco Filme do Tempo (2020), do projeto solo de Pedro Fonte. Após um período com a banda Nitú, onde ela se apresentava como frontwoman, ao lado de Ricardo Richaid, Eduardo Verdeja e Frederico Santiago, Raquel começou a se dedicar ao seu trabalho solo de estreia, que chegou ao mundo em março passado, denominado 8 Hits! (2022).
Plurivalente, a cantora que se divide entre as tarefas de estilista e de sua marca de roupas x-tudo, originada em 2020. Raquel também desenvolveu a capa do álbum, ao lado do companheiro Andrew de Freitas. Utilizando asas de cinco metros, elaboradas com estruturas de vergalhão de aço, encobertos por camisetas de feiras e escolas de samba, Dimantas surge na imagem da capa similar a um pássaro, pronta para o voo maduro e independente.
Por onde começo? Sem dúvidas pela viagem do clipe da faixa “Lunares”, dirigido e editado por Vidi Descaves. A música ficará na sua cabeça querendo ou não, esteja avisado. Em seguida, ouça todo o disco 8 Hits!. Destaco as canções “Sing a Song”, “Curtavida” e “Snake Head”.
Mood? 8 Hits! é um disco que diverte. Concebido durante um período de quatro anos, o disco inicialmente seria todo instrumental, porém Dimantas enveredou para o rumo das canções, assinando a produção das dez faixas junto a Bruno Di Lullo, Jonas Sá e Thiago Nassif. Tocam no álbum os amigos Guilherme Lirio, Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes, Marcelo Callado, Vinicius Cantuária, Leo Monteiro e Pedro Fonte. O disco também traz parcerias com Ana Frango Elétrico, Marcelo Callado, Jonas Sá e o americano Dorion Sagan.
Nele, entre a percussão eletrônica unida aos sintetizadores, Dimantas apresenta uma fértil imaginação sonora muito prazerosa. Em entrevista ao programa Som a Pino, de Roberta Martinelli, ela afirmou que pretendia fazer uma música para cada fase de um jogo de videogame. Com uma média de dois minutos na maioria das faixas, o ouvinte consegue transitar por distintas experimentações, ou fases, com rapidez, no estilo millennial.
Como soa? Diferenciado, intrigante e fomentador da imaginação. Pop psicodélico que transforma os dias banais com seus ritmos e brincadeiras.
Qual a vibe? Magia tropical com paisagens sonoras, sendo trilha para dançar em casa ou até mesmo imaginar um filme em sua mente. Talvez por ter sido criada em um ambiente com cineastas, suas músicas se conectam instantaneamente com uma dimensão audiovisual.
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