Não é novidade que os selos de fora do país estão sempre de olho em qualquer oportunidade de transformar preciosidades da música brasileira em relançamentos. E o olhar dos gringos está afiado, não só mirando nos clássicos, mas também em registros quase esquecidos no tempo.
O relançamento do compacto 7” A Gira/Last Tango in Paris (de Gato Barbieri), do Trio Ternura, é uma prova disso. O grupo formado pelos irmãos Jussara, Robson e Jurema fez sucesso nos anos 70, quando eram figurinhas carimbadas no programa de TV da Jovem Guarda.
A formação da banda começa em 1960 e une a família em torno da música: os irmãos são filhos do compositor Umberto Silva. O projeto recebia ainda a colaboração de outros familiares em outras composições e na concepção instrumental.
Em 1968, a banda lançou seu primeiro LP homônimo. Dois anos depois, a banda alcançou projeção ainda maior ao se apresentar ao lado de Tony Tornado no V Festival Internacional da Canção, onde faturaram o primeiro lugar na fase nacional.
Em 71, gravaram um disco de soul psicodélico com direção de Raul Seixas e, logo após, transformaram-se em quinteto, lançaram o LP homônimo em 74, e retornaram ao formato em trio até 1976 – entretanto, encontram-se outros compactos lançados em ambos as formações até 78. O último registro do conjunto é a participação na coletânea Brasil jovem guarda – Série Academia Brasileira de Música Vol. 11 em 1992.
Em 1992, participaram do LP “Brasil jovem guarda – Série Academia Brasileira de Música Vol. 11”, da Sony Music com a interpretação das músicas “Tijolinho”, de Wagner Benatti; “Alguém na multidão”, de Rossini Pinto, e “Pra nunca mais chorar”, de Carlos Imperial e Eduardo Araújo.
Agora, o trabalho do trio ganha nova prensagem pelo selo inglês Phonica, em um compacto que celebra o groove do soul, percussão e influências do candomblé. A pré-venda está disponível aqui.
Ouça as faixas “A Gira” e “Last Tango in Paris” na sequência: