Banda do Mar volta à Porto Alegre cheia de amor pra dar e receber

27/03/2015

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Paula Moizes

Por: Paula Moizes

Fotos: Ariel Fagundes

27/03/2015

Quando há respeito e compreensão, o amor vem leve, mas bate forte. Para uma banda familiarizada com a técnica de suas músicas, só não se solta quem não quer. O primeiro show da turnê brasileira e, cinco meses depois, a apresentação exata ontem à noite mostram o quanto a Banda do Mar cresceu como banda e no coração das pessoas. Tanto Marcelo Camelo, Mallu Magalhães e Fred Ferreira, como todos os fãs que encheram o Bar Opinião, estavam repletos de alegria e paixão por aquele momento de reencontro.

O trio já não precisava mais do uniforme que usara no Araújo Vianna. A Banda do Mar agora faz parte da vida das pessoas graças a essas músicas perfeitas para se tornarem nossa trilha-sonora, como “Me Sinto Ótima”. Mallu estava inspirada e foi cuidadosa nos vocais e backing vocals; Camelo começou com a SG empunhada e estava adorando brincar com as distorções e ruídos; Fred é o tímido apenas aparentemente, porque doma a bateria de um jeito que apimenta a Banda do Mar. Com o coro constante da plateia, “Cidade Nova”, “Me Sinto Ótima” e “Hey Nana” cessaram aquela ansiedade inicial que vinha tanto do palco como do público. Era saudade mesmo.

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A Banda do Mar se permite experimentar e até canções que poderiam permanecer em sua doçura ganharam mais energia no show. De um jeito ou de outro, as músicas falam sobre uma relação a dois que quem assistia ao show observava e interagia com carinho. Uma simples troca de olhares era motivo para o público se derreter de amores pelos dois. Fred Ferreira também não deixou essa catarse esmaecer, mantendo-a pulsante. No primeiro bloco com composições da Banda do Mar ainda teve “Mais Ninguém”, “Pode Ser”, “Mia” e “Faz Tempo”. Aliás, o set-list dos últimos shows não tem mudado muito. Eles seguem uma divisão uniforme entre músicas do trio e das carreiras solo de Marcelo Camelo e Mallu Magalhães, além de um clássico do Los Hermanos para levar todos ao delírio.

“Eu sabia que vocês viriam”, disse Camelo antes de Mallu dar início às canções solo. Na mesma noite, The Kooks e Kasabian se apresentavam em Porto Alegre, mas isso não foi o suficiente para afetar o show cheio no Opinião. Cheio de gente, cheio de amor e cheio de histórias. A cada música, uma nova identificação. Mallu trouxe sua “Velha e Louca”, enquanto Camelo veio jogando seu charme com “Vermelho”. A resposta de Mallu foi com o chamego de “Olha Só, Moreno”, mas foi o hino “Além Do Que Se Vê”, do Los Hermanos, que encerrou uma das partes mais sentimentais da apresentação.

O clima de amor no palco não acabaria até o fim do show. A vida a dois é imperfeita como a guitarra de Camelo em “Solar” enquanto se mantinha agarradinho à Mallu. A perfeição não é o objetivo dos três, mas a busca por sentimentos reais que os mantenham vivos “Seja Como For”, como em seguida cantaram. Também teve “Doce Solidão”, de Camelo, mas o ápice dessa relação é em “Janta”, a declaração de pura entrega dos dois. O trio voltou para o bis clássico dos últimos shows: “Cena”, de Mallu, com o arranjo totalmente diferente; “Morena”, de Camelo; e “Muitos Chocolates” encerrou a apresentação com uma Banda do Mar feliz da vida no palco, e um público ainda mais.

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27/03/2015

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Paula Moizes

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