O som e a lama do Morrostock 2014

22/10/2014

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

22/10/2014

Fotos: Divulgação Morrostock (Nubia Abe, Ragi Sh, Sidd Rodrigues, Cris Kellen Santoro)

Depois de três edições seguidas, ano passado resolvi não ir no Morrostock. Não tinha nenhum motivo forte além das exigências da vida como trabalho, faculdade e tempo que a gente nunca tem, mas está sempre correndo atrás. Tempo esse que durante o Morrostock parece não existir, sem relógio, sem data, sem prazo, lá as coisas acontecem rapidamente e você nem vê o tempo passar. Além das bandas, existem mil outras distrações como as oficinas, as trilhas, as cachoeiras, o céu, as estrelas, as pessoas, o lugar.

*

Já nesse ano de 2014 eu resolvi voltar, porém, alguma coisa mudou, parecia aquela música do Legião Urbana que a Cássia Eller cantava: “…nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu”. E realmente aconteceu, o local onde seria realizado o evento foi transferido dias antes da festa rolar devido a alguns problemas com um alvará solicitado pela prefeitura da cidade-sede do festival. Mudanças às vezes fazem bem, mas não foi dessa vez. A transferência de local do Sítio Picada Verão para o Bar do Morro acarretou em desordem e estrutura bastante precária para recepcionar os visitantes e causou certo desconforto no público. Faltou água potável, faltou banheiro com condições de uso e faltou uma dose de paciência pra esperar cerca de uma hora, uma FUCKING hora, pra poder me alimentar!

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Fora esses perrengues, foi possível escutar muita música boa e conhecer algumas bandas novas e é isso que importa. Separei por ordem de apresentação cinco bandas legais que eu consegui ver ao vivo e que vale o play:

Cattarse
Os caras tiveram a missão de abrir o festival, mas mesmo com baixa audiência fizeram cabeças balançar e deram o tom da noite de sexta que foi pesada. Indico: “Javali”
Link do EP: http://cattarse.com/

Novo Circo Cia de Dança
Eles têm apenas uma música no Soundcloud, mas o que me chamou a atenção mesmo foi a última música que o vocalista fez questão de ressaltar que ia grudar e durante algumas horas isso realmente aconteceu. Era uma mistura de teatro que envolvia linguagem de sinais e música, bem grosseiramente pode-se dizer que era uma banda de artistas. Vale o play.
Link: https://soundcloud.com/novocirco

Farabute
Uma banda que toca cumbia, rumba, reggaeton e afro-samba. É um som muito latino e colocou todo mundo pra dançar no bar do Morro. Além disso, vale destacar que dois integrantes do bando tocaram pelados como forma de protesto à prática comum de alguns festivais que não pagam cachê aos artistas “menores”. O que acho bem chato, visto que existe a cobrança bem cara de ingresso 🙁
Link: https://soundcloud.com/farabute

Mar de Marte
É uma banda instrumental, sim, instrumental, e faz um dos sons mais psicodélicos que já ouvi nos últimos tempos. O show deles foi marcado pelo início do temporal e a banda foi obrigada a deixar o palco mais cedo, porém o pouco que ficou levou a galera ao delírio coletivo. Recomendo ouvir o EP com os olhos fechados pra relaxar.
Recomendo essa session: https://soundcloud.com/mardemarte/oceanodeurano
Mais músicas, aqui no link: https://soundcloud.com/mardemarte

Morrostock 2014 02

Júpiter Maçã
Esse já é velho conhecido, mas foi o principal motivo do meu deslocamento até Sapiranga e acredito que também tenha sido o da grande maioria dos presentes no evento, apesar de também ser a grande a dúvida até o momento de sua aparição. Júpiter fez um show contido estilo “banquinho e violão” e começou falando: “Everything’s gonna be alright”. Mostrou suas novas composições que têm uma pegada mais folk e citou a vontade de ser como Dylan ao puxar a clássica “Beatle George”. Júpiter “Flávio Basso” Maçã manteve o clima do show puxando os principais sucesso de A sétima efervescência (1997) e agradou a todos. Pode parecer piegas, mas, assim que o Júpiter começou a tocar, o sol se abriu e mandou a tempestade dos dias anteriores pra bem longe e, por cerca de 30 minutos, tivemos um dos cenários mais maravilhosos que valeram pelos três dias meia-boca que vi do festival. Assim que o Júpiter se foi eu também me despedi daquela terra molhada.

Morrostock 2014 04

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22/10/2014

Revista NOIZE

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