Garbage faz show escaldante no Rio de Janeiro

12/12/2016

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Por: Isabela de Sousa

Fotos: Patrícia Moura

12/12/2016

Quente, muito quente. Esse é o adjetivo-chave para descrever o show do Garbage na última noite (11/12), no palco carioca do Circo Voador. A banda liderada pela escocesa Shirley Manson já havia se apresentado no Brasil, mas nunca havia desembarcado no Rio de Janeiro até então. Dessa vez, a banda veio à cidade promover o último álbum, o elogiado Strange Little Birds. Ainda que sem a presença do baterista Butch Vig (também conhecido por ser o produtor de proezas como os álbuns Nevermind, do Nirvana, e Gish, do The Smashing Pumpkins), o show foi memorável!

O “esquenta” ficou por conta da banda paulistana BBGG (sigla de Bebê Gigante) formada por três meninas: Ale Labelle e Dani Buarque (guitarras e vozes), Joan Bedin (baixo) e um baterista, o Mairena. O som tem pitadas de punk, grunge e garage rock. Já o show tem momentos virtusosos: desde cabelos ao vento até duelo de guitarras. O show foi curto, mas durou tempo suficiente para mandar o recado e aquecer o público que chegava.

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Depois de um breve intervalo e de uma chuva de (quase) verão, eis que surge Shirley e sua trupe para o delírio dos fãs que lotaram o Circo Voador. Para abrir a noite, o hit “Supervixen”, do primeiro álbum (homônimo), responsável por tantos outros sucessos da banda. Na sequência, “I Think I’m Paranoid” e “Stupid Girl”. A recente “Automatic System Habit” apareceu para representar o mais novo álbum, que motivou sua vinda. “Blood For Poppies” foi marcada por alguns probleminhas técnicos, mas nada que tirasse a animação do público. E se tinha uma pessoa animada, essa era Shirley Manson, que cantava, dançava e se espalhava por todo o palco do alto de seus 50 anos. Estava falante, tentando expressar sua felicidade pelo fato de estar ali; admitiu que estava com muito calor, mas prometeu dar tudo de si até o final, uma deixa para “Trick Is To Keep Breathing”.

Muitas músicas foram acompanhadas de várias falas da cantora no decorrer do show, inclusive. A figura forte, marcante e feminina da própria se faz mais ainda mais relevante nos tempos e temas de hoje. Shirley comentou que quando estavam saindo do hotel para fazer o show, viram a Parada Gay passar por Copacabana. A vocalista fez comentários sobre o direito ao amor para introduzir músicas como “Sex Is Not The Enemy” e “Queer”. Para introduzir “Bleed Like Me”, Shirley lembrou a superação da crise da banda em 2007, quando encerrou o hiato que começou após o lançamento do disco Bleed Like Me (2005). “Special” e “Only Happy When It Rains” fizeram o público cantar em uníssono (assim como “Empty”, no bis) e a pungência de “Why Do You Love Me” fez a temperatura subir ainda mais.

“Cherry Lips” foi a escolhida para fechar a noite e tirar a fama de tédio do domingo. Nas palavras de Shirley Manson: “Pode parecer que nós falamos isso para todas as plateias do mundo, mas vocês têm algo de especial”. Verdade ou não, foi revigorante e o público suou muito via corpo e alma.

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12/12/2016

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Isabela de Sousa