Rock na praça #2

10/09/2013

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Por: Revista NOIZE

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10/09/2013

Não é todo dia que São Paulo tem uma programação de sábado à tarde dedicada ao rock. Depois do sucesso da sua primeira edição, o projeto 3 em 1 vai voltar à Praça Victor Civita, no bairro Pinheiros, com os shows de mais três gratas surpresas do underground nacional. Selvagens à Procura de Lei, Mafalda Morfina e Jonnata Doll & Os Garotos Selvagens se apresentam por lá no sábado, dia 21.

O que os três grupos têm em comum? Todos eles foram formados no Ceará, mais ou menos na mesma época, e hoje vivem na capital paulista. E foi para tentar entrelaçar as três histórias que conversamos com as bandas. Jonnata Doll, Luciana Lívia, do Mafalda Morfina, e Rafael Martins, guitarrista do Selvagens à Procura de Lei, responderam, cada um, três perguntas nossas.

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O bacana também é que o 3 em 1 é de graça. É só chegar por lá a partir das 15h.

Selvagens à Procura de Lei

Vocês foram apontados como a primeira grande revelação do rock nacional na última. década Na sua opinião, o que “Selvagens à Procura de Lei”, o primeiro disco de vocês, tem de tão especial?

Ele retrata muito a fase de mudança da banda, seja em termos musicais ou de vida mesmo. Os temas são completamente baseados em nossas vidas e nas de pessoas próximas, os arranjos dizem mais sobre nossos gostos e foi gravado com todo o cuidado de um produtor muito talentoso, o David Corcos. Ficamos muito felizes com esses comentários sobre o rock nacional, porque é onde sempre quisemos chegar. Sabemos que nossas músicas devem ser feitas para o brasileiro e ao mesmo tempo devem ser universais. Durante a fase de composição, passávamos horas escutando discos e tivemos muitos momentos juntos, mesmo morando em casas diferentes.

Vocês já tocaram em grandes festivais, como o Ceará Music 2012 e o Porão do Rock 2013. O quão diferente vai ser tocar numa praça, de graça, num sábado à tarde?

Tocamos poucas vezes em praças, mas sempre foram experiências que nos sentimos muito à vontade. Gostamos de tocar ao ar livre, dá aquela sensação de que você mesmo estando em cima de um palco sempre vai fazer parte da galera que foi ali te ver! Por ser a primeira vez em uma praça de São Paulo, cidade onde as praças têm vida, a expectativa também é boa.

Qual é a relação de vocês com a banda Mafalda Morfina? Vocês já se conheciam ou essa será a primeira vez que dividem o palco?

Nunca tivemos um contato próximo, mas antes mesmo dos Selvagens existirem, a Mafalda já tocava bastante em Fortaleza. Vai ser um prazer tocar com eles… Ou seria elas?! Nos vemos no dia 21!

Mafalda Morfina

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Há três anos, vocês moram em São Paulo. O que o Mafalda Morfina leva do Ceará em seu som, depois de todo esse tempo longe de casa?

Tudo ou quase tudo. Eu costumo falar que todo nordestino carrega consigo as raízes da atitude e inovação. Então, quer estejamos em Sampa (cidade a qual tenho paixão, onde residimos há quase quatro anos) ou no planeta Marte, a essência do nosso trabalho sempre apresentará influências de compositores e cantores do nordeste. Observando com atenção certas métricas e melodias vocais nas nossas músicas, é possível sentir bem essa origem. Porém, como temos uma forte presença do rock n’ roll, o instrumental da banda acaba seguindo outros caminhos. Concluo que é essa misturada boa, de Raul a No Doubt, de Luiz Gonzaga a Muse, de Belchior a Foo Fighters, que dá nascimento a infinitas ideias na hora de produzirmos.

“Carrossel Estático”, o novo disco do Mafalda Morfina, está prestes a sair. O show de vocês no 3 em 1 terá algum significado especial por conta do álbum? Qual?

Sim! Sem dúvida será um superaquecimento para o lançamento oficial do disco (com data de lançamento para novembro de 2013). No show, iremos apresentar três músicas desse novo álbum, incluindo o recém-lançado single “A Velha a Tricotar Desilusões” que, felizmente, parece estar caindo no gosto da galera!

Qual é a relação de vocês com Jonnata Doll & Os Garotos Solventes? Vocês já se conheciam ou essa será a primeira vez que vocês dividem o palco?

Dividimos o palco uma vez, no festival Rock Cordel 2012, em Fortaleza. Trocamos uma ideia no camarim. Na ocasião, ele me contou que um de seus integrantes havia falecido há pouco tempo. Apesar do tom triste do assunto, conseguimos proporcionar luz, um ao outro, e ambos os shows foram ótimos. Gosto muito da atitude do Jonnata no palco, ele tem uma maneira bem particular de se expressar e de fazer música.

Jonnata Doll & Os Garotos Solventes

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Vocês já tocaram em lugares pouco comuns, como manicômios e bordeis. O que um show numa praça, à tarde, pode ter de diferente e de atrativo?

A praça é um lugar onde a magia existe, um lugar aonde os carros não dominam com a geometria urbana que eles necessitam. A praça é como o interior. A praça também é o bordel e o manicômio, de tarde ou de noite.

O Jonnata Doll & Os Garotos Solventes é um dos grupos que mais está despontando no cenário rock do Ceará. Como é ter uma banda lá? Há a obrigatoriedade de procurar um nicho maior para a sobrevivência, numa mudança para São Paulo?

Eu vim para São Paulo, meio fugido, era algo que eu precisava fazer há muito tempo, mas o que me fez vir a dois meses, foi o fato de que aqui encontrei pessoas massa querendo trabalhar comigo. Principalmente na parte de produção. Por Fortaleza, não tem um contexto que permita produtor, assessoria de imprensa, você tem que fazer tudo e a minha sobrevivência ocupa todo meu tempo. Não tinha emprego lá e terminei um relacionamento que eu tava acreditando muito. Fortaleza é uma cidade pequena para o luto do fim do amor.

Qual é a relação de vocês com os Selvagens à Procura da Lei? Vocês já se conheciam ou essa será a primeira vez que vocês dividem o palco?

Já toquei antes com os Selvagens. Dividimos palcos em Fortaleza mais de uma vez. Feira da Música, Órbita Bar… Temos amigos e admiradores comuns por aí. Ambos fazemos rock brasileiro, sabe? Não basta fazer rock no Brasil, para sair rock brasileiro, e nem falo de misturar com ritmos regionais, é uma coisa de feeling, é coisa de quem passou anos fora de contexto na adolescência afirmando sua identidade ao negar outros estilos de vida majoritários e tradicionais.

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10/09/2013

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