Suka Figueiredo mistura jazz e ritmos afrolatinos em trabalho autoral 

15/02/2024

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Isabela Yu

Por: Isabela Yu

Fotos: Evandro Macedo, Camila Sanches e Rafael Penna/ Divulgação

15/02/2024

Bandas que você não conhece mas deveria é a seção mais antiga da NOIZE. Desde 2007, ela se reinventa em diferentes formatos e continua sendo impressa a cada lançamento do NOIZE Record Club. Toda quinta-feira, vamos publicar uma indicação musical apresentada na revista. Nesta edição, Suka Figueiredo foi indicada no BQVNC do Lado A da revista #137, que acompanha o vinil de “Olho de Peixe”, de Lenine e Suzano.

Um momento específico transformou a vida de Suka Figueiredo: em 2015, aos 25 anos, a carioca havia se mudado para o Butantã, em São Paulo, quando assistiu uma apresentação do projeto itinerante Jazz na Kombi. A partir dali, algo se transformou dentro dela. Logo em seguida, comprou um saxofone e se matriculou em uma escola de música no bairro. A paixão pelo hobby foi maior do que o desejo pelo emprego estável, e pouco tempo depois abandonou a CLT e entrou na Escola Municipal de Música, onde estudou entre 2018 e 2021. No meio tempo, compunha as canções do que viria a ser o EP AfroLatina (2022), chegou a integrar a Funmilayo Afrobeat Orquestra, participou do elenco da montagem Gota D’água (Preta) (2019), de Jé Oliveira, e acompanhava diferentes artistas e bandas, como Samuca e a Selva, As Baías, Francisco, El Hombre, Buena Onda Reggae Club e Charanga do França.

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Por onde começo? Experimente a ordem cronológica. Desde 2020, a saxofonista vem apresentando algumas das faixas que integram o EP – “Caminho de Mármore”, “La Continuidad” e “Afroideia”. Para ter uma ideia do ao vivo, procure o canal de música instrumental do Sesc: há uma apresentação da musicista acompanhada de Fábio Leandro (teclado), Felipe Pizzutiello (baixo), Marina Bastos (flauta transversal), Rafael Acerbi (guitarra), Raphael Sampaio (trompete), Valentina Facury (percussões) e Yara Oliveira (bateria). 

Mood? AfroLatina é o resultado de uma gestação pandêmica, um período de experimentações de Suka enquanto produtora musical e compositora. Para ela, o registro do início de algo que continuará se expandindo no futuro: “Encerro um ciclo de aprendizado e reflexões sobre o meu lugar como uma mulher brasileira, que olha para a América Latina de forma agregadora e acolhedora”. 

Como soa? Duas influências são marcantes na trajetória da artista: a saxofonista chilena Melissa Aldana e o arranjador pernambucano Moacir Santos. Ao fundir jazz com sons afrolatinos, Suka coloca o saxofone no centro de uma viagem composta por ritmos e sensações. 

Qual a vibe? Lançado em 25 de julho de 2022, no Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, o trabalho carrega a mensagem antirracista e feminista em sua identidade. A representatividade de mulheres negras na música instrumental, assim como em todos os outros gêneros, é menor, se comparada à presença masculina branca. “A minha música carrega a minha identidade enquanto mulher negra e latino-americana vivendo um processo de constante evolução”, explica Suka. 

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15/02/2024

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