Thiago Corrêa, do Transmissor, fala sobre o disco novo da banda

11/08/2010

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Por: Revista NOIZE

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11/08/2010

Thiago Corrêa já se acostumou com a demora dos discos da Transmissor. “Precisamos é lançar algo relevante para nós mesmos“, diz o músico. A banda mineira, que deve lançar CD novo ainda esse ano, fez um site especial para o lançamento do disco. Através de vídeos, a gravação foi transmitida para os visitantes.

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O segundo CD da banda – “Nacional“, título confidenciado por Thiago para a NOIZE – pretende dar  sequência às boas impressões geradas por “Sociedade do Crivo Mútuo“, trabalho de 2008. E, de fato, tudo é mútuo na banda. O disco terá composições de todos os integrantes: “Quando um não tá produzindo, o outro está no seu auge – e assim a musica não para de acontecer“, comenta o músico.

Aproveitamos a gravação de “Nacional” para conversar com Thiago sobre o novo trabalho, a história da Transmissor e os rumos da música brasileira. A entrevista inteira está aí embaixo, então não perca tempo!

Todos vocês vieram de outras bandas. O que vocês trazem das experiências passadas para a Transmissor?

Acho que ter tido outras bandas é como ter ex-namoradas. Você aprende com os erros e ganha experiência. Musicalmente acho que não muda muito, por se tratar de uma música nova e totalmente diferente do que fizemos no passado. Começando pela própria função que temos na banda. Ninguém está “confortavelmente instalado” no instrumento que sempre tocou antes. Tentamos novas experiências na dinâmica da banda pra não nos acomodarmos.

Como andam as gravações do disco novo? Há previsão de lançamento?

Passamos o ano produzindo e gravando. Acabei já me acostumando com a ideia de que nossos discos demoram a ficar prontos. Acho que naturalmente agimos assim com o processo. Precisamos é lançar algo que seja relevante para nós mesmos no final. Nosso disco vai se chamar Nacional e eu acredito que dá pra lançar ainda no ultimo trimestre desse ano.

Todos os integrantes da banda compõem? Isso provavelmente agrega muitas referências. Qual é o ponto em comum entre todos vocês? O que vocês escutam no carro, indo para os ensaios?

O fato de todos estarem compondo traz bastante variedade, mesmo. Acho que no nosso caso isso funciona muito bem. Quando um não tá produzindo, o outro está no seu auge – e assim a musica não para de acontecer.

Nem sempre a afinidade existe ou é unânime, mas eu aprendi que isso também é a beleza do Transmissor. Já aconteceu de todos juntos nos encantarmos com um disco… mas isso é raro. Normalmente o que acontece é cada um com suas referências desaguando em algo pessoal no ensaio.

Como surgiu a ideia de transmitir a gravação pelo site? A recepção do público foi positiva?

O Leo foi quem chegou com essa ideia.

Arrumou um pessoal muito legal pra fazer o site funcionar. E eu fiquei meio cético, como normalmente sou com essas coisas extra musicais. Não me envolvi muito, mas no final adorei o resultado e a propagação positiva da notícia. As pessoas interagiram e tivemos milhares de acessos por conta dessa ideia.

Há um ano, vocês saíram na NOIZE #27, em matéria sobre o cenário independente brasileiro. Na época, o panorama era positivo. Vocês veem mudanças no independente brasileiro de 2009 para 2010? E a Transmissor, mudou muito?

Acho que sim, o cenário continua prosperando a as bandas estão cada vez mais interessadas em se profissionalizar, assim como o resto do mercado da música.

O que não muda é gente boa e gente ruim, que vai sempre ter. E o que eu não gosto é ver obras artísticas sendo reverenciadas pela quantidade de trabalho do artista. Que todo mundo tem que se virar pra fazer alguma coisa rolar com sua arte é mais que óbvio… mas que isso vá transformar qualquer banda batalhadora em musicalmente boa eu não consegui ver ainda.

No release oficial, vocês se consideram “encabeçadores de um movimento de renovação musical” de Minas Gerais. Há uma espécie de vício de composição nos músicos mineiros? Em que sentidos vocês tentam se distanciar desse denominador comum?

Essa frase não é nossa! Mas quem estiver escrevendo boas coisas sobre a gente entra no release oficial também!!! (risos)

Hoje é até perigoso falar sobre vícios e identidade musical, depois de duas décadas onde o “mais legal” é a mistura de ritmos e a fusão musical em geral.

Eu acredito que a nossa estratégia é fazer coisas que nos emocionem no momento em que estamos fazendo. Seguindo essa receita, quase sempre temos orgulho de tudo que a gente já fez muito tempo depois. Não posso responder por todo mundo mas acho que o que mais nos preocupa é ser coerente com nossa sensibilidade e deixar que a musica aconteça assim.

Não tentamos desesperadamente ser originais, queremos ser verdadeiros.

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11/08/2010

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