Basta apenas um primeiro contato para que a obra de bona pegue você direto pelo estômago. O hibridismo sinestésico e polifônico do artista tem um quê de visceral. Há riscos de não conseguir escapar desse universo, mas incentivamos você a mergulhar de cabeça. bona lança hoje, com exclusividade para a NOIZE, a enérgica live session do EP life begins in dark ( 2021). Assista já:
A sessão audiovisual que aglutina as faixas “sey”, “anamnese” e “smile” foi gravada ao vivo em 10 de abril deste ano, em Limeira, SP. A direção, filmagem, e edição ficaram por conta de Thomas Dalfré. A iluminação e a projeção ficam a cargo dele e de Gui Flowerz, responsável também pela mix e a produção do EP. bona, que também produziu a filmagem, conta que a intenção da live session foi a de contextualizar a proposta artística do EP como um todo. “Quando entrei em estúdio, além de produzir as músicas, era certo que queria montar uma estrutura técnica que me permitisse tocar sozinho todos os arranjos do EP, utilizando samplers, sintetizadores e baterias”, divide. A dimensão sensorial das faixas é dilatada através da concepção visual, locação, iluminação e as projeções criadas pela equipe.
life begins in dark é o primeiro trabalho do projeto solo de Marcelo Bonin. Tendo a bateria como o instrumento formador, ele já integrou bandas diversas bandas de São Paulo, sendo a bamba fx a mais recente. Coleciona experiências de palco ao lado de Ney Matogrosso e João Ricardo; junto da banda Vitrola Sintética, concorreu ao Grammy Latino de 2015 nas categorias “Melhor Artista Revelação” e “Melhor Engenharia de Som”. Na edição de 2016, o grupo repetiu a dose na categoria “Melhor Canção Alternativa”.
Agora, na fase solo, bona enxerga caminhos e horizontes criativos sem fins. “[Isso] me deu autonomia para trabalhar no meu tempo e criar através da minha concepção”, declara. Ele segue: “Todo o processo de criação foi genuíno e livre de expectativas, o que me trouxe muita satisfação artística com o resultado, e também motivação para continuar nesse fluxo criativo”, conclui. Conduzido pelo experimentalismo, em bona, Marcelo quer ser cada vez mais intuitivo e inquieto, investigando tudo que pode se fundir e se hibridizar. “Meus sentidos são atraídos pelo desconhecido, diferente e fora do padrão”, diz. “Acho que a fusão de elementos distintos acabam gerando algo novo, com frescor, e isso me interessa. Quando você está misturando, você está provando da liberdade”, define bona.