Dono de cacoetes que apontam para uma renovação do erudito, Vitor Araújo não se intimida diante do Teatro de Santa Isabel lotado. A magreza do jovem caminha até o piano de cauda aberto, toca as cordas e bate nas paredes internas do instrumento. Sua performance intensa subverte a noção tradicional do pianista: sobe no instrumento quando sente vontade e aproxima o rosto das teclas como um velho míope fazendo palavras cruzadas. O bom compositor de “Valsa pra Lua” ainda confunde-se com o garoto polêmico de releituras ofensivas de tão interferentes. Falem mal se quiserem, mas TOC evidencia a grande promessa do piano brasileiro.
>> Por Fernando Corrêa