Quem diria que o All Star salvaria o punk rock, mesmo que só um pedacinho dele? Pois o lendário 100 Club, casa de shows londrina que ancorou bandas como Sex Pistols, The Clash e Buzzcocks, e estava fadada a encerrar as atividades, continuará aberto graças a um contrato promocional com a Converse, fabricante do All Star, tênis símbolo do rock desde que os Ramones vestiram seus primeiros pares.
A parceria com a marca americana não poderia ser mais oportuna. O fechamento das portas era iminente – na verdade, deveria ter acontecido até o Natal de 2010 –, e chegou a render apoio de gente como Paul McCartney, que fez um show para 300 pessoa na casa em dezembro passado. Agora, segundo o proprietário Jeff Horton, resta esperar para que a parceria renda frutos. O objetivo da marca ao investir no 100 seria “introduzi-lo para uma nova geração”.
“Com a Converse, achamos o parceiro perfeito. Não acho que tivéssemos como escolher a dedo uma companhia melhor”, contou Horton à rádio Xfm. Ele não revelou detalhes da transação, mas garantiu que o clube não mudará de nome e deverá – este é o interesse da Converse – seguir atuando de maneira independente.
Casa da história da música pop
O endereço, no número 100 de Oxford Street, região central de Londres, costumava abrigar um restaurante que, nas noites de domingo, sediava shows de jazz dançante sob o nome Feldman Swing Club. No entanto, a casa ficou marcada pelos anos do punk rock. No início da explosão do gênero, em 20 e 21 de setembro de 1976, foi palco do International punk festival, em que tocaram Sex Pistols, Siouxsie and the Banshees, The Clash, Buzzcocks e The Damned. Foi o início da tradição do 100 Club no rock, que se mantém em parte até hoje.