70 anos de Raul Seixas | 7 confissões do Fora da lei

28/06/2015

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Por: Paula Moizes

Fotos: Divulgação

28/06/2015

Nem um messias como Raul Seixas tinha respostas para tudo. Incorporando diversas crenças em sua obra, ele se tornou um mito em território nacional. As experiências de Raulzito nos mostram que o compositor era uma mistura de evangelho, mitologia, esoterismo, ufologia e o que mais não for deste planeta.

Em rascunhos e papéis perdidos, reproduzidos em biografias e publicações póstumas sobre ele, Raul deixou uma parte de si que a maioria das pessoas ainda não conhece. Uma parte de si que ajuda a explicar a dimensão que tomou sua profecia.

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Veja 7 confissões do mago brasileiro que completaria 70 anos hoje:

1. “Aprendi latim para ler Metamorfoses, de Ovídio, no original”

Ao lado de autores como Dante, Shakespeare, Franz Kafka, Fernando Pessoa e Manoel de Barros, Raul Seixas foi inspirado pelo poema máximo do romano Públio Ovídio Naso, Metamorfoses (8. d.C., Itália). Foi de lá que ele tirou, direto do latim, o conceito de metamorfose.

2. “Não creio em livre-arbítrio

Raul e sua “Sociedade Alternativa” foram expulsos do Brasil em 1974. Exilado em Nova Iorque, o Maluco Beleza conheceu John Lennon e juntos conversaram sobre “os donos do planeta Terra”, “as pessoas que fizeram a cabeça do planeta Terra”, como ele conta nessa entrevista com Jô Soares, a última antes de partir para outro plano. A sociedade alternativa idealizada em conjunto com Paulo Coelho, em 1973, nada mais é do que a busca pelo livre-arbítrio.

3. “Pertenci a sociedades esotéricas

Junto a Paulo Coelho, Raul mergulhou de cabeça em um mundo místico que envolvia estudos sobre a obra de Aleister Crowley. Os primeiros trabalhos de sua carreira solo estão imersos nessa referência. A ideia de que está vindo uma nova era, chamada de “novo aeon”, era uma das coisas que o mago inglês defendia.

4. “Detesto ‘bossa nova‘”

Na faixa “Tapanacara”, a que abre o disco O Dia em que a Terra Parou (1977), Raul exemplifica bem seu desconforto em relação à turma da bossa nova. Quando canta “O tapa na cara/Que eu levei de odara”, está falando da “Odara” de Caetano Veloso. Diferente de Caetano e Gilberto Gil, Raul Seixas não foi um baiano seguidor de João Gilberto e nem de primeira rejeitou suas influências norte-americanas, pelo contrário, o rock’n’roll e a guitarra estavam na sua veia. “Não sou da turma do dengo”, brincava Raul.

5. “Tenho muita vontade de atuar

“Sou tão bom ator que me finjo de compositor e poeta e todo mundo acredita”. Essa é uma frase constantemente atribuída a Raul Seixas, que chegou a fazer um projeto de filme em que ele seria o personagem principal, mas a produção não foi adiante.

6. “Fui interno em convento de padre

“Por vezes acredito em Deus”, dizia Raul. Ao mesmo tempo em que acreditava em um plano superior, o que realmente movimentava sua música eram insatisfações mundanas.

7. “Li a bíblia várias vezes”

Agnóstico curioso, Raul Seixas conheceu a palavra de Deus, mas não a levou muito a sério. Raulzito não era feito de apenas um Deus, mas de um cosmos inteiro que acabou transformando o compositor em um messias. O que estava fora da racionalidade Raul não explicava, apenas deixava ser. Apesar da morte causada pelo abuso de álcool, ele é adorado por uma legião de fãs em todo Brasil que o seguem como um santo. Veja aqui uma entrevista com o apóstolo-mor do Raulseixismo, Sylvio Passos.

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28/06/2015

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Paula Moizes