Já ouvimos o “13”, do Sabbath

03/06/2013

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Por: Humberto Ferreira

Fotos: Divulgação

03/06/2013

Apenas um singelo fã de Sabbath, de passagem por São Paulo, que aguarda ansiosamente pelo lançamento do novo álbum, depois de infinitos anos de hiato, recebo uma ligação da Noize: “Cara, amanhã, tem uma audição do álbum ‘13’, do Black Sabbath, na Universal Music. Que tu acha de fazer essa pauta pra nós?”. Pausa para chorar um pouco. Isso significava que eu iria escutar o disco antes do mundo todo, basicamente. Ok.

Esse tão esperado novo álbum do Black Sabbath inicia com o fim do começo. A primeira faixa, “The End of the Beginning”, já foi tocada pela banda, ao vivo, na sua turnê pela Austrália e Nova Zelândia. Como a maioria das faixas do CD, ela começa de uma forma sombria, pesada e melódica. Eu diria que lembra músicas ou deveria estar no “Master of Reality”. Lembro quando houve aquele clássico câmbio de velocidade do meio para o final da música, saindo daqueles monitores de referência na sala da Universal Music. Todos começaram a sorrir, porque sabiam que tipo de álbum estava por vir pela frente.

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Talvez eu fique um pouco repetitivo em relação à palavra clássico, mas esse álbum remete à essência da banda na composição das músicas, especialmente aos primeiros álbuns. A grande e evidente diferença é a contribuição do baterista Brad Wilk, ex-Audioslave e membro do Rage Against the Machine. A sonoridade tirada da bateria, aliada a novos tipos de tecnologia de gravação comparada com a dos anos 70, resultou em uma linha pesada, grave e rica em harmônicos. Lembrando que sou um grande fã do Bill Ward, mas o trabalho do Wilk não deixou a desejar em nenhum momento.

“God is Dead?”, a segunda faixa do disco, foi um grande momento na audição. Por já ser conhecida do pessoal, muitos largaram as canetas, outros as usaram como baquetas (eu). “Zeitgeist”, a quarta música e de menor duração – apenas 4:37, lembra muito “Planet Caravan”, do “Paranoid”, ainda lançada em 1970. Começa apenas com violões e percussão, seguidos de uma linha de baixo que acaba por preencher os vazios psicodélicos da música, terminando com um belo solo de guitarra do Iommi que me fez quase chorar. “Damaged Soul” (7:51) talvez tenha sido a música que mais me impressionou e, quiçá, minha faixa preferida do álbum. A guitarra foge um pouco dos riffs pesados do início, começando com uma espécie de solo, obviamente com uma base genial por baixo. Nesse som, notei bastante a influência da carreira solo do Ozzy, os vocais me lembraram bastante “Mr. Crowley”. E como de costume, no final, a velocidade é dobrada e os caras quebram tudo. O álbum termina com o som “Dear Father”, um dos sons mais melancólicos, tanto pela própria letra, como por todos os arranjos. Grande destaque para o Geezer Butler na música, que usa uma linha de baixo extremamente rápida e criativa, especialmente no final (velocidade dobrada, evidentemente), que fez com que vários tocassem seus baixos imaginários pela sala.

O “13”, certamente, está entre os melhores discos do Black Sabbath, podendo concorrer diretamente com qualquer um dos demais. Talvez, superior aos últimos lançados na década de 70, ainda antes da saída do Ozzy. É uma metralhadora de solos de guitarra, viradas de bateria e linhas de baixo. E, pasmem, ainda no dia do lançamento oficial (10/06/2013), serão divulgados mais três sons inéditos na versão deluxe. Que grande ano esse, amigos.

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03/06/2013

Gaúcho, foi a São Paulo para pegar um visto e acabou ganhando este belo presente, que é ouvir, antes de todo o mundo, o álbum novo do Black Sabbath. Ele também escreve no Mundo Surdo.

Humberto Ferreira