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Um gênio? Um louco? É difícil ter certezas sobre <strong>Allen Ginsberg</strong>, mas uma delas é que, além de escritor, ele era um músico (<a href="http://www.api.noize.com.br/william-s-burroughs-junto-com-kurt-cobain-the-doors-sonic-youth-r-e-m-tom-waits/" target="_blank">assim como seu amigo <strong>William S. Burroughs</strong></a>).

No último dia 6, <strong>Nick Cave</strong>, <strong>Courtney Love</strong>, <strong>Devendra Banhart</strong> e <strong>Macy Gray</strong> se juntaram a outros 22 artistas em um grande show em tributo ao poeta beat, organizado pela <strong>David Linch Foundation</strong>, em Los Angeles. Veja abaixo alguns registros da noite:

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<p style="color: #c9c8cd; font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17px; margin-bottom: 0; margin-top: 8px; overflow: hidden; padding: 8px 0 7px; text-align: center; text-overflow: ellipsis; white-space: nowrap;">Um vídeo publicado por TaraDactyl (@tarapaw) em <time style="font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17px;" datetime="2015-04-08T09:06:47+00:00">Abr 8, 2015 às 2:06 PDT</time></p>

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Um vídeo publicado por @carfire911 em <time style="font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17px;" datetime="2015-04-08T05:06:07+00:00">Abr 7, 2015 às 10:06 PDT</time>
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Não foi por acaso que tanta gente boa se reuniu nesse tributo. Autor de <em>Uivo</em> (1956), um dos principais livros da poesia beat, Ginsberg também esteve muito próximo da cena musical desde os anos 1960 até sua morte. O caldeirão da contracultura norte-americana estava começando a esquentar quando ele e <strong>Bob Dylan</strong> se conheceram, em 1963, em Nova Iorque. Veja abaixo a dupla visitando o túmulo de <strong>Jack Kerouac</strong> em 1975 e fazendo um picnic dançante:

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Em meados dos anos 1970, Ginsberg chegou a acompanhar Dylan na turnê <strong>Rolling Thunder Revue</strong>, tornando-se uma espécie de mascote intelectual-festivo do grupo. Nessa mesma época, o poeta convenceu Dylan a compor e gravar algumas músicas com ele. Dessas sessões, saíram <strong>"Vomit Express" e "Jimmy Berman"</strong>, músicas compostas pela dupla. Existem registros esparsos deles tocando juntos, inclusive em um dos discos que Allen Ginsberg lançou, <em>First Blues</em> (1982). Esse álbum contém "Vomit Express" e "Jimmy Berman":

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Ginsberg lançou cerca de 20 obras gravadas em áudio, incluindo LPs com declamações de textos, singles e EPs (<a href="http://folk.uio.no/alfs/ginsberg.html" target="_blank">veja a lista completa</a>). Para ele, a música era uma expressão muito poderosa, tanto pela capacidade de transmitir informações quanto por suas características vibratórias e energéticas. Ginsberg morou 15 meses na Índia e, depois disso, se envolveu muito com a filosofia hindu, apreciando como poucos ocidentais o canto de mantras:

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[caption id="attachment_88571" align="aligncenter" width="642"]<a href="http://www.api.noize.com.br/wp-content/uploads/2015/04/ginsberg-mantra-2.jpg"><img src="http://www.api.noize.com.br/wp-content/uploads/2015/04/ginsberg-mantra-2-642x428.jpg" alt="Allen Ginsberg entoando seus mantras" width="642" height="428" class="size-large wp-image-88571" /></a> Allen Ginsberg entoando seus mantras[/caption]

A obra musical do autor é estranha e diversa. O poeta chegou a compor melodias de acompanhamento para os versos de <em>Songs of Innocence</em> e <em>Songs of Experience</em>, ambas obras do genial <strong>William Blake</strong>.

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No disco <em>Wichita Vortex Sutra</em>, que só saiu em 2004, a voz de Ginsberg se uniu às guitarras de <strong>Lee Ranaldo</strong> e <strong>Arto Lindsay</strong> e ao piano de <strong>Philip Glass</strong>. Ouça abaixo:

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Em 1981, ele se juntou ao <strong>The Clash</strong> para interpretar "Capitol Air" em uma apresentação gravada durante a série de shows que fez no <strong>Bond's Casino </strong>, em Nova Iorque. E, no penúltimo disco da banda, <em>Combat Rock</em> (1982), o poeta trabalhou com <strong>Joe Strummer</strong> para escrever a faixa "Ghetto Defendant".

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Em 1995, Ginsberg publicou o poema <strong>"The Ballad of the Skeletons"</strong> e, em outubro daquele ano, acabou ficando hospedado na casa de <strong>Paul McCartney</strong> por alguma razão desconhecida. Conversando com o ex-beatle sobre musicalizar esse poema, o poeta disse que estava procurando um guitarrista para fazer isso. Ao que Paul respondeu: "Por que você não tenta comigo?". Surgiu assim, do nada, uma parceria entre os dois. No ano seguinte, saiu uma versão da música produzida por <strong>Lenny Kaye</strong>, famoso por sua parceria com Patti Smith.

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A faixa com Paul McCartney foi um dos seus últimos projetos. No dia 5 de abril de 1997, <strong>Allen Ginsberg</strong> morreu aos 70 anos. No dia seguinte, <strong>Bob Dylan</strong> fez um show em New Brunswick, no Canadá, onde dedicou <strong>"Desolation Row"</strong> ao seu amigo recém falecido. Segundo Dylan, aquela era a sua música preferida pelo poeta. Então, nada mais justo do que encerrar esse post com ela.

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<p>Um gênio? Um louco? É difícil ter certezas sobre <strong>Allen Ginsberg</strong>, mas uma delas é que, além de escritor, ele era um músico (<a href="http://www.api.noize.com.br/william-s-burroughs-junto-com-kurt-cobain-the-doors-sonic-youth-r-e-m-tom-waits/" target="_blank">assim como seu amigo <strong>William S. Burroughs</strong></a>).</p>
<p>No último dia 6, <strong>Nick Cave</strong>, <strong>Courtney Love</strong>, <strong>Devendra Banhart</strong> e <strong>Macy Gray</strong> se juntaram a outros 22 artistas em um grande show em tributo ao poeta beat, organizado pela <strong>David Linch Foundation</strong>, em Los Angeles. Veja abaixo alguns registros da noite:</p><div id="videoAd">*</div><br><script type="text/javascript">var t = "//des.smartclip.net/ads?type=dyn&plc=90854&sz=400x320&elementId=videoAd";t += "&ref=" + encodeURIComponent(window.top.document.URL);t += "&rnd=" + Math.round(Math.random()*1e8);var s = document.createElement("script");s.type = "text/javascript";s.src = t;document.body.appendChild(s);</script>
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<p style="color: #c9c8cd; font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17px; margin-bottom: 0; margin-top: 8px; overflow: hidden; padding: 8px 0 7px; text-align: center; text-overflow: ellipsis; white-space: nowrap;">Um vídeo publicado por TaraDactyl (@tarapaw) em <time style="font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17px;" datetime="2015-04-08T09:06:47+00:00">Abr 8, 2015 às 2:06 PDT</time></p>
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<p>Um vídeo publicado por @carfire911 em <time style="font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17px;" datetime="2015-04-08T05:06:07+00:00">Abr 7, 2015 às 10:06 PDT</time>
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<p>Não foi por acaso que tanta gente boa se reuniu nesse tributo. Autor de <em>Uivo</em> (1956), um dos principais livros da poesia beat, Ginsberg também esteve muito próximo da cena musical desde os anos 1960 até sua morte. O caldeirão da contracultura norte-americana estava começando a esquentar quando ele e <strong>Bob Dylan</strong> se conheceram, em 1963, em Nova Iorque. Veja abaixo a dupla visitando o túmulo de <strong>Jack Kerouac</strong> em 1975 e fazendo um picnic dançante:</p>
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<p>Em meados dos anos 1970, Ginsberg chegou a acompanhar Dylan na turnê <strong>Rolling Thunder Revue</strong>, tornando-se uma espécie de mascote intelectual-festivo do grupo. Nessa mesma época, o poeta convenceu Dylan a compor e gravar algumas músicas com ele. Dessas sessões, saíram <strong>&#8220;Vomit Express&#8221; e &#8220;Jimmy Berman&#8221;</strong>, músicas compostas pela dupla. Existem registros esparsos deles tocando juntos, inclusive em um dos discos que Allen Ginsberg lançou, <em>First Blues</em> (1982). Esse álbum contém &#8220;Vomit Express&#8221; e &#8220;Jimmy Berman&#8221;:</p>
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<p>Ginsberg lançou cerca de 20 obras gravadas em áudio, incluindo LPs com declamações de textos, singles e EPs (<a href="http://folk.uio.no/alfs/ginsberg.html" target="_blank">veja a lista completa</a>). Para ele, a música era uma expressão muito poderosa, tanto pela capacidade de transmitir informações quanto por suas características vibratórias e energéticas. Ginsberg morou 15 meses na Índia e, depois disso, se envolveu muito com a filosofia hindu, apreciando como poucos ocidentais o canto de mantras:</p>
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<p>A obra musical do autor é estranha e diversa. O poeta chegou a compor melodias de acompanhamento para os versos de <em>Songs of Innocence</em> e <em>Songs of Experience</em>, ambas obras do genial <strong>William Blake</strong>.</p>
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<p>No disco <em>Wichita Vortex Sutra</em>, que só saiu em 2004, a voz de Ginsberg se uniu às guitarras de <strong>Lee Ranaldo</strong> e <strong>Arto Lindsay</strong> e ao piano de <strong>Philip Glass</strong>. Ouça abaixo:</p>
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<p>Em 1981, ele se juntou ao <strong>The Clash</strong> para interpretar &#8220;Capitol Air&#8221; em uma apresentação gravada durante a série de shows que fez no <strong>Bond&#8217;s Casino </strong>, em Nova Iorque. E, no penúltimo disco da banda, <em>Combat Rock</em> (1982), o poeta trabalhou com <strong>Joe Strummer</strong> para escrever a faixa &#8220;Ghetto Defendant&#8221;.</p>
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<p>Em 1995, Ginsberg publicou o poema <strong>&#8220;The Ballad of the Skeletons&#8221;</strong> e, em outubro daquele ano, acabou ficando hospedado na casa de <strong>Paul McCartney</strong> por alguma razão desconhecida. Conversando com o ex-beatle sobre musicalizar esse poema, o poeta disse que estava procurando um guitarrista para fazer isso. Ao que Paul respondeu: &#8220;Por que você não tenta comigo?&#8221;. Surgiu assim, do nada, uma parceria entre os dois. No ano seguinte, saiu uma versão da música produzida por <strong>Lenny Kaye</strong>, famoso por sua parceria com Patti Smith.</p>
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<p>A faixa com Paul McCartney foi um dos seus últimos projetos. No dia 5 de abril de 1997, <strong>Allen Ginsberg</strong> morreu aos 70 anos. No dia seguinte, <strong>Bob Dylan</strong> fez um show em New Brunswick, no Canadá, onde dedicou <strong>&#8220;Desolation Row&#8221;</strong> ao seu amigo recém falecido. Segundo Dylan, aquela era a sua música preferida pelo poeta. Então, nada mais justo do que encerrar esse post com ela.</p>
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</p>

Um gênio? Um louco? É difícil ter certezas sobre Allen Ginsberg, mas uma delas é que, além de escritor, ele era um músico (assim como seu amigo William S. Burroughs). No último dia 6, Nick Cave, Courtney Love, Devendra Banhart e Macy Gray se juntaram a outros 22 artistas em um grande show em tributo [&hellip;]

A música de Allen Ginsberg | Um beat chapado de mantras e folk

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