Amabbi comenta faixa a faixa “Versos e Voos”, seu álbum de estreia

27/08/2024

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Maria Paula Freire

27/08/2024

Versos e Voos, primeiro álbum de Amabbi, rapper da Zona Norte paulistana, chegou às plataformas digitais na sexta-feira, 16/8, com participações de gigantes da cena hip hop, como FBC e Xamã

O trabalho explora subgêneros do rap como o boombap, o trap e o drill em uma mistura de elementos do soul, R&B e MPB. Amabbi fala sobre amor, autoestima e sua perspectiva de vida na cidade, noites e bares.

“O título foi inspirado em um livro, chamado ‘Entre Versos e Voos’ (da escritora Ive Lima), que fala sobre a metamorfose da borboleta e do eu lírico feminino. Esse livro foi um portal para mim, me ajudou a capturar e expressar como o mundo se move”, declarou.

Conversamos com Amabbi sobre cada uma das treze faixas de Versos e Voos. Abaixo, confira todos os detalhes.


FAIXA A FAIXA

“Mais uma vez”: Fala sobre um relacionamento que aconteceu há um tempo. É sobre o vai e volta. Fala sobre aceitação: “bom, agora você olha para ver como eu sou, olha para ver o que conquistei”. Mas acho que, na verdade, esse álbum é sobre como vejo o mundo, como acredito que os relacionamentos acontecem. Então, “Mais uma vez” é o começo do metamorfosear, é aceitar o fato de que os recomeços não são fáceis. A metamorfose de um relacionamento: “agora você vai voltar e vai ver como estou bem melhor”. Tem a participação do FBC, que foi muito especial.

“Diz para mim”: É como se a gente estivesse num rolê aleatório, como se eu estivesse falando o que está na música para alguma pessoa. Se for para pensar sobre relações, ele seria aquela situação que você está no rolê se divertindo e tem vários momentos como se eu estivesse dando uma cantada em alguém. Já bebi duas doses de vinho e falo para a pessoa: “você vai ficar comigo, seja em São Paulo, na esquina, na estante de livros”. É como se eu fosse muito apaixonada, aquelas paixões de conto de fadas. Mas é aquele amor malandro, sabe? É como se eu estivesse me apaixonando pela primeira vez.

*


“Na Rua”: Foi a última faixa do álbum. Então, ela foi o desfecho, para fechar com o que realmente eu queria passar para as pessoas. Fala sobre versos e voos, mas de uma forma bem descontraída. É como se você estivesse numa festa e pegasse uns três (que na música eu falo trens). Como se eu fosse aquela pessoa que está no rolê, curtindo, à procura de novas coisas, de andar pela rua, de conhecer a vibe. Então, é aquele argumento empoderado: “Eu peguei uns trens, se é que você me entende, perdeu sua vez”. É como se eu quisesse passar cada faixa falando de um tipo de movimento. Então, ele traz essa mulher foda, contando pra amiga como foi o rolê do dia anterior. Sempre quando eu falo dessa música, falo do balanço do ombrinho. Quem produziu essas faixas até agora foi o Alexandre Modesto e acho que ele conseguiu passar muito esse fresh que eu queria.

“Rita Lee”: É a continuação do finalzinho de “Na Rua”. Termina a música e começa com o que eu realmente quero, mas de uma forma descontraída. Acho que essas músicas passam uma vibe meio tarde/noite. Pra essa música, eu escutei muito “Descobridor dos Sete Mares”. Traz uma wave bem dançante e lembra muito os passinhos dos anos 2000 nos bailes black. Eu vou muito na Afro Love, por exemplo, e a galera dança, faz esses passinhos. Não tem um conceito por trás, mas fala do que eu quero pra mim. Acho que todo mundo pode cantar, é uma soma de frases fácil de cantar, é bem popular. E coloquei ali as inspirações: Rita Lee, Bruno Mars, coloquei a galera que eu gosto de escutar. 


“Vinho num Bar”: Começa com um interlúdio, que é “Voos”. Coloquei meu empresário pra falar junto comigo. Depois disso, a música começa como se fosse uma ligação e eu me declarando para uma pessoa. São suposições, coisas que dá pra imaginar quando você está vivendo um amor. Escutei muito Tasha e Tracie pra fazer essa. Na verdade, esse álbum, se você pensar sobre ele, pode ser uma declaração para a cidade. Eu poderia me declarar para qualquer cidade em que eu andei. É sobre como eu me vejo como mulher, como eu passei pelas pessoas, pelas ruas, pelos bares. 

“Dá pra imaginar”: A ideia por trás de “Dá para imaginar” e “Para pra pensar” é que ambas as faixas exploram suposições e possibilidades. A letra de “Dá para imaginar” fala sobre uma série de cenários hipotéticos. É sobre como eu imagino uma vida onde talvez eu me apaixonasse por alguém em um bar e essa pessoa se apaixonasse por mim. Fala sobre experiências que nunca vivi, mas que acredito que aconteçam por aí. Cada emoção tem seu reflexo em outra pessoa.

“Para para pensar”: Assim como a faixa anterior, toca no tema de ser um admirador secreto, alguém que liga para a pessoa que gosta, pensando em como seria levar ela para dançar. São suposições, “Será que eu já amei alguém?” e a resposta vem, “Eu nunca me apaixonei de verdade, mas sou curiosa”. Essas três músicas (“Vinho num Bar”, “Dá para imaginar” e “Para para pensar”) se conectam como um trio que explora o tema do amor platônico.


“Plebe”: Aqui muda o tom, voltando para a minha realidade. Fala sobre de onde eu venho, a minha história real. É menos sobre amor e mais sobre quem eu sou, sobre minha história e minhas origens, com uma pegada mais explicativa.

“Meu Time”: É como um amanhecer. Eu imagino essa faixa como se estivesse saindo da cama, abrindo a janela e começando o dia. Traz essa sensação de começar de novo, de se levantar e seguir em frente, mesmo que as conexões com as outras pessoas nem sempre estejam alinhadas. Dudu, uma figura importante nessa narrativa, fala sobre querer “tudo e mais um pouco”, mas tem um descompasso entre nossos tempos. Esse descompasso é um reflexo do caos do mundo, onde, mesmo com amor, às vezes as coisas simplesmente não se alinham.


“Tudo de novo”: Toca em todos esses assuntos, conectando a espiritualidade, a família, e até mesmo temas universais como as leis de Isaac Newton, misturando realidades e questões mais subjetivas.

“Money”: A última faixa tem um interlúdio que nos leva para a última estação do metrô, simbolizando o fim de uma jornada. Essa música retoma as minhas raízes no trap e do drill, o incorporando como uma parte importante da narrativa do álbum. Ao longo de todo o álbum, exploro diferentes estilos musicais e referências, mesclando tudo o que gosto de escutar, criando uma coesão enquanto navego por várias experiências e emoções, mas quis deixar marcado esse lugar de onde eu vim.


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27/08/2024

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