Conexões amazônicas: 4 encontros marcantes do festival Psica 

07/01/2025

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Por: Isabela Yu

Fotos: Divulgação/ Kleber José, Filipe Bispo e Thaís Veronica

07/01/2025

“Eu não diria que isso aqui daria samba, mas deu carimbó”, brinca Nilson Chaves após a apresentação no festival Psica, realizado entre 12 e 14 de dezembro. O lendário violonista paraense dividiu o palco com Iris da Selva, revelação do carimbó urbano de Belém do Pará. 

A dupla abriu os trabalhos da programação gratuita no centro da cidade com o show que colocou o violão em primeiro plano. “O Psica captou a nossa história e nossa sintonia musical. Ensaiar com ele foi tranquilo porque é um artista talentoso, sensível, atento e cheio de ideias”, comenta o músico. 

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Para além de destacar as sonoridades da região amazônica, o line-up do evento propôs encontros geracionais, caso dos violonistas e das divas do tecnobrega Viviane Batidão e Zaynara

“A gente está vivendo um momento muito especial da nossa música no Brasil, isso está acontecendo por vários fatores e por todos os artistas que trabalham há anos. Então vivemos uma junção de gerações. A união faz a força. Uma andorinha não faz o verão, é o movimento”, explica Viviane Batidão. 

Leia o bate-papo com os artistas que marcaram o Psica 2024: 

Cátia de França e Amelinha

Com quase cinco décadas de amizade, a relação das artistas é de longa data: Amelinha fez backing vocal no 20 Palavras Girando Ao Redor do Sol (1979), além de ter gravado composições de Cátia de França, como “Ponta dos Seixas”e “Coito das Araras”. “É um laço que permanece com o tempo, um nó cego que não tem como desfazer, é pro resto da vida. Não existe o acaso, estamos ligadas de várias formas, não só pela presença física, mas por conta da energia”, conta a compositora paraibana. Na noite de sexta-feira, 13/12, elas encantaram a multidão com o repertório costurado por músicas do disco clássico, entre outras que marcaram a carreira da cantora cearense – “Frevo Mulher”, “Pressentimento” e “Dia Branco”. Para Amelinha, a seleção do repertório precisa transmitir sentimento: “Tem que ter uma chama. Primeiro, eu analiso porque alguém escreveu aquilo e qual é ideia transmitida. A levada pode ser legal, mas a letra precisa ter profundidade para chegar no coração das pessoas.” 

Boi Caprichoso, Boi Garantido e Arraial do Pavulagem 

O Psica organizou um momento histórico no centro de Belém: o encontro dos bois do Festival de Parintins, Caprichoso e Garantido, com o Arraial do Pavulagem, tradicional grupo local. Ao longo de quase duas horas, os maiores representantes do boi-bumbá dividiram o palco para o deleite das torcidas devidamente uniformizadas com camisetas vermelhas e azuis. Júnior Soares, fundador do Pavulagem, compartilhou a importância do encontro: “Para nós, pessoas amazônicas, é algo histórico. A cultura encurta caminhos, mas nós temos distâncias geográficas gigantescas. Se encontrar no palco para trocar ideias musicais, trazer um pouquinho da toada daqui com a toada de lá, é emocionante.” 

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Nilson Chaves e Iris da Selva 

Duas gerações de artistas unidos pelo violão: Nilson Chaves e Iris da Selva abriram o palco Guëra na noite de sexta-feira, 13/12. “A gente tem a mesma visão musical. O que isso significa? Nós temos um equilíbrio”, diz o violonista paraense, cuja carreira conta com 27 discos lançados desde 1980. O duo apresentou músicas como “Olho de Boto”, “Olhando Belém” e “Sabor Açaí”, além de canções inéditas de Iris da Selva, que integram o seu primeiro disco prometido para o ano que vem. “A música não tem a memória da velhice, ela existe no atual pois está sempre viva e presente porque mexe com as pessoas. A gente não faz música da moda, fazemos música para a história”, afirmou o músico. 

Viviane Batidão e Zaynara 

As carreiras das cantoras se cruzaram em algumas ocasiões. Antes de incendiarem o festival no sábado, 14/12, elas brilharam no Prêmio Multishow no início de dezembro: Zaynara levou o troféu de Revelação, já Viviane Batidão foi reconhecida na categoria Brasil por “Olha bem pra mim, amor”. Inclusive, ambas desfilaram as estatuetas nos bastidores do festival. “Cresci ouvindo Viviane, ela é uma grande influência”, revela Zaynara. Com quase 20 anos de carreira, a rainha do tecnomelody conta que se enxerga na novata: “Me reconheço nela. Assim como a Zay, comecei muito nova, mas não estava preparada. A geração que está chegando agora é diferenciada

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07/01/2025

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Isabela Yu