Diário do GIG Rock – Parte 1

08/07/2008

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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08/07/2008

Confira diariamente, aqui, os relatos do que tem rolado de bom no GIG Rock!

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Minha saga gigroqueira teve início no segundo dia de festival  sábado, 5 de julho -, mas sei que a sexta-feira foi um dos melhores dias até agora. Apanhador Só e Tom Bloch foram as primeiras bandas da noite de sábado. Não consegui chegar a tempo, mas o que se via era gente satisfeita. Fiquei sabendo que a meia hora padrão do festival foi curta para quem estava acostumado com o laboratório sonoro da Apanhador Só – a banda apresentou uma seleção pequena, porém precisa de canções.

Na chegada fui capturado pelo rock pegado dos Locomotores. Banda de macaco véio é outra coisa – o show da Locomotores é um show à parte, Petracco e Maurício demonstram muita segurança, tanto ao dividir vocais quanto ao alternar os riffs e solos de suas respectivas guitarras. A presença dos caras no palco, dividindo o microfone (“esse aqui a  gente vai deixar com vocês”, disse Petracco ao virar o pedestal do segundo microfone em direção à platéia), empolgou e poderia ser a mais aclamada na noite, não fosse a atração que a sucederia: Frank Jorge. Frank alternou canções próprias com hits certeiros da Graforréia – “Nunca Diga” e “Amigo Punk” -, além de sua homenagem a Júpiter Maçã, “o cara mais rock ‘n’ roll desta cidade”. A versão frankiana de “Um lugar do caralho” não contemplou as minúcias e sutilezas que fazem de Flávio Basso o músico genial que é, mas se aproximou de uma tradução do clima da segunda noite de Gig Rock: gente afudê, cerveja (razoavelmente) barata e o som dos Beatles e de Syd barrett ecoando nas notas alheias.

O fechamento no sábado ficou com as (ou os) Supergatas. A estética Glam associada a boas doses de punk rock e o vocal melódico berrado (destruidor de cordas vocais) fazem da Supergatas uma banda destoante e com identidade. Mas a falta de identidade não é uma característica do line up do Gig Rock. Aliás, o mais interessante é que se faz evidente que rock gaúcho não é rótulo que sirva como definição de estilo. Os Dead Kennedys que estampavam o cinto do vocalista da Supergatas foram apenas um prenúncio da noite de domingo.

Sim, domingo também tem show. A função começou pelas 21h. Sentado no mezanino, fui despertado pelo petardo “Rock & Roll”, do Led Zeppelin, bem entoado pela vocalista da Morgan La Femme. As gurias fizeram um show legal, embora tenham um longo caminho pela frente. Depois veio o nü metal da Redoma, banda extremamente competente, com uma vocalista afinadíssima. Como uma Pitty nascente – ainda que a vocalista daqui cante bem melhor que a baiana -, fizeram uma humilde platéia bater cabeça, enquanto a grande maioria apenas assistia, esperando que algo mais leve tomasse o palco.

Azar o deles, pois quem veio na seqüência foi a Yesomar. E foi aí que lembrei do cinto dos Dead Kennedys. Não são só as caras insanas à Jello Biafra do vocalista very crazy da Yesomar que lembram a banda californiana. As influências mais guitarreiras e porradas, de Deep Purple a Hellacopters, transparecem no som direto, cru e distorcido dos caras. Fica claro que, sem show, não há rock ‘n’ roll. E, depois de 30 minutos de pau atrás de pau, o power trio sai do palco da mesma maneira que entrou: mandando tudo se foder. Nesse mesmo clima dead-kennedys-fuck-you, sobem ao palco Os Alcalóides e, pela primeira vez na noite, temos duas guitarras disputando o espaço magnético do ar. Pela primeira vez, também, o som fica um pouco mais embolado, neste que vem se mostrando um evento de excelente estrutura de áudio, fato que se comprova na satisfação do público. Depois do punk rock dos Alcalóides, veio o punk rock da Los Vatos, outra veterana da cena grande-porto-alegrense. Ramônico, rápido, direto: a meia hora da Los Vatos dura mais que qualquer outra, e vou embora pra casa satisfeito com mais uma noite de Gig Rock.

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08/07/2008

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