Rubber Tracks em São Paulo

19/03/2014

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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19/03/2014

No último dia 16, o projeto Converse Rubber Tracks finalizou sua segunda etapa aqui no nosso país. As sessões gratuitas de gravações para bandas iniciantes foram no estúdio Family Mob, em São Paulo, com a produção dos gigantes Hector Castillo, que já trabalhou com David Bowie, e Brad Worrell, um dos fundadores do primeiro estúdio do Rubber Tracks, no Brooklyn, em Nova Iorque.

Os dois trabalharam por duas semanas incansavelmente com três bandas: Coyotes, Churrasco Electro e Le Blance. Desde que surgiu, em julho 2011, Worrell e seus amigos proporcionaram sessões de gravações, inteiramente de graça, para mais de 600 bandas diferentes. A casa do projeto em São Paulo, o estúdio Family Mob, foi fundada pelo ex-baterista do Sepultura, Jean Dolabella. Por lá, já passaram bandas como Ratos de Porão, RPM e CPM22.

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Além de produtor, Hector Castillo também é engenheiro de som. Nós conversamos com ele e com Brad Worrell para saber como foram as sessões do Rubber Tracks em São Paulo e como é trabalhar no dia-a-dia com bandas iniciantes. Confere aí:

Quais são os pontos positivos de produzir bandas iniciantes?

Hector Castillo – Existem muitas coisas positivas, mas o que eu mais gosto é quando uma banda entra na cabine de controle depois de uma gravação, ouve a gravação, e fica “Wow, nosso som é bom!” O engenheiro em mim também gosta de experimentar um pouco, então com uma banda nova a cada dia, eu consigo fazer essas experimentações.

No Rubber Tracks você tem que produzir uma banda nova de um dia para o outro. Dá tempo de criar uma relação mais pessoal e menos profissional com o artista para que haja um entendimento melhor entre as duas partes?

Hector – Eu fiz vários novos amigos através das sessões do Rubber Tracks. A música tem um efeito tremendo de ligar as pessoas – oito horas em um estúdio com uma banda pode realmente unir pessoas. As bandas que nós trabalhamos em São Paulo foram fantásticas e todas elas vieram bem preparadas, com objetivos claros. A qualidade foi insanamente boa. Se essas sessões forem algum indicativo do que o rock brasileiro está preparando, eu suspeito que grandes coisas irão acontecer em um futuro próximo.

Você trabalhou com David Bowie nos discos “Heathen” e “Reality”. Como foi gravar com um dos artistas mais inovadores da música?

Hector – David é muito inteligente e espirituoso. As sessões com ele normalmente acontecem muito rápido. Como um engenheiro de som, você precisa estar com os pés no chão e ter certeza que está gravando todo o tempo. Tem sido um imenso prazer trabalhar com Bowie e com novas bandas através do Rubber Tracks.

Em São Paulo, o estúdio escolhido para sediar o Rubber Tracks foi o Family Mob. O que você já conseguiu perceber aí de diferente?

Brad Worrell – Nosso time no Brasil pesquisou todas as opções e o Family Mob destacou-se imediatamente por ter uma vibe parecida com o nosso estúdio no Brooklyn (Nova Iorque, EUA). Confortável, e bem equipado com excelentes instrumentos, com uma equipe muito talentosa e receptiva.

Depois de conhecer tantas bandas de diversos países, o que ainda te surpreende?

Brad – Quando nós começamos esse programa, dois anos atrás no Brooklyn, eu nuncar imaginei o nível de profissionalismo e preparação de todas as bandas nas sessões. Isso tem acontecido também com bandas fora de Nova Iorque. Eu acho que os artistas de hoje em dia perceberam que eles precisam aproveitar todas as oportunidades ao máximo. Rubber Tracks é uma incrível oportunidade e, até agora, todo mundo parece ter percebido isso e ninguém tem perdido seu tempo.

O estúdio do Converse Rubber Tracks em Nova York. Foto: Divulgação

O estúdio do Converse Rubber Tracks em Nova York. Foto: Divulgação

Você percebe alguma diferença entre as bandas brasileiras e as estrangeiras?

Brad – Entre bandas brasileiras e de outros países, as diferenças são menores do que você pode imaginar. Músicos de todas as nações compartilham uma certa mentalidade e característica universal. Musicalmente, com certeza existem “temperos” diferentes que são adicionados pelos brasileiros que talvez pensem que estão tocando o “rock” ou “punk” padrão, mas há um quê a mais no ritmo.

Quais bandas que passaram pelo Ruber Tracks que mais te impressionaram?

Brad – Eu não gosto de falar sobre algum artista particular, já que nós damos a todos a mesma oportunidade. Mesmo assim, eu tenho minhas preferências pessoais de gêneros musicais, e estou surpreso com a quantidade de músicas que nós gravamos e que eu gosto. Na verdade, eu passei grande parte das músicas que nós fizemos no Rubber Tracks do Brooklyn para o meu celular!

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19/03/2014

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