_por Tomás Bello
Não faz muito que esse quinteto de Seattle esteve em terras tupiniquins. Em abril, quando o festival Lolapalooza desembarcou pra sua primeira edição no Brasil, trouxe na bagagem o Band of Horses.
A banda fez um show elogiado no palco Butantã, deixou boa impressão entre os fãs e os nem tão fãs (veja o que achamos do show). Talvez por isso, já está de volta ao país.
Nos próximos dias, o Band of Horses encara shows em São Paulo e no Rio de Janeiro, se apresenta no Beco 203 e no WCT Music Festival.
Do estúdio pro palco. É praticamente esse o roteiro.
Desde 2010 sem novidades, agora com indicação ao Grammy no currículo, o quinteto está com o quarto álbum saindo do forno. “Nós recém terminamos”, revela o baterista Creighton Barrett. “E está tudo ótimo”, emenda.
Aproveitamos a nova visita dos caras pra bater um papo com Creighton.
Músicas novas, skate, ser ou não ser indie e o momento assustador de se gravar um disco. É por aí que circula a conversa.
NOIZE: Infinite Arms é o disco de maior sucesso do Band of Horses. Vendo de fora, pelo menos, parece ter levado a banda a alguns degraus acima. Vocês percebem isso?
Creighton: Você tem razão, ele é realmente o nosso álbum de maior sucesso. Talvez porque a gente tenha pulado de uma gravadora indie para uma grande gravadora e, fazendo isso, você consegue atingir um número maior de pessoas, atingir as massas.
E isso trouxe alguma mudança pra vocês?
Olha, o fato de se tornar mais popular significa que a gente toca para mais pessoas, toca com mais frequência em alguns lugares, mas não necessariamente significa que muda algo dentro da banda.
Nós adoramos cada tijolo que a gente vem construindo, sempre tentamos fazer mais do que já fizemos, então estamos muito felizes com esse crescimento. Ao mesmo tempo, nós somos os mesmos caras de antes, que tocam na mesma banda e fazem o mesmo tipo de música.
É que sempre tem aquelas pessoas que saem falando “ah, uma banda indie em uma grande gravadora”…
Ah, mas o termo “indie” é meio idiota, né? Eu acredito que nós fazemos o chamado indie rock, você pode nos colocar ali, mas o indie, em sua origem, significa aquelas bandas de rock que são totalmente independentes. Muitas delas já fazem parte de alguma gravadora há anos, até mantém os mesmos ideais, fazem o mesmo tipo de música… O indie hoje virou um gênero, um estilo de rock. Acho que a coisa toda se perdeu um pouco.
Legal que vocês estão felizes com a mudança, porque se vê muita banda que sofre no caminho e acaba voltando atrás.
Sim, pode acontecer, sem dúvida. No nosso caso, nada realmente mudou. Nós tínhamos um contrato chegando ao fim e tivemos a chance de assinar com outra gravadora, uma gravadora maior. Mas a gente não tem tido nada de pé no saco, estamos livres de qualquer dor de cabeça, tem sido algo super tranquilo. Nós não nos tornamos macaquinhos de alguém ou algo assim (risos).
Ouvi dizer que você adora dar um rolê de skate aqui e ali?
Curto mesmo. Eu tento andar de skate em toda cidade que vou, sempre levo ele comigo nas turnês. É a melhor coisa para esvaziar um pouco a cabeça e, provavelmente, a melhor maneira de conhecer uma cidade em que você nunca esteve.
Aqui no Brasil nós temos skatistas muito fortes. Você deve saber disso, né?
Cara, sim… Nem me fala. Eu acompanho vocês aí já faz uns 15, 20 anos. Vocês são foda! Vocês vêm para os EUA e arrebentam com os skatistas daqui (risos).
Falando em arrebentar… Vocês andam em estúdio trabalhando em cima do novo disco, certo? Vem coisa boa por aí?
Nós estamos há uma duas semanas praticamente vivendo dentro do estúdio. E está tudo ótimo, cara! Simplesmente ótimo. O álbum está pronto, nós recém terminamos. Agora vai ser masterizado e passar por todo aquele processo.
É aquele período meio assustador, quando você questiona se fez a coisa certa e se as músicas estão realmente boas. Porque você senta lá e grava durante um tempo, e então chega esse momento em que você relaxa e ouve tudo com tempo e calma.
E ouvindo com tempo e calma, já dá pra situá-lo em relação aos outros discos do Band of Horses?
Ele está indo para o mesmo caminho que os nossos dois primeiros álbuns. Dessa vez não está tão brilhoso e polido, soa mais como uma banda real tocando, com alguns erros aqui e ali, esse tipo de coisa. Nós decidimos dar mais atenção as composições, não perder tanto tempo com grandes produções. Então não tem nada de computador, nada de Pro Tools ou qualquer coisa parecida. É a gente tocando como a gente realmente toca.
Band of Horses no Brasil
Rio de Janeiro
Onde: Vivo Rio / WCT Music Festival
Quando: Sexta-feira, 18 de maio
Ingressos: Entre R$140,00 e R$200,00
Infos: Ingressorapido.com.br
São Paulo
Onde: Beco 203
Quando: Segunda-feira, 21 de maio
Ingressos: R$120,00
Infos: Beco203.com.br