Entrevista | Em turnê, Thiago Ramil segue EmFrente pelo Brasil

19/11/2018

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Guilherme Bragança/Divulgação

19/11/2018

Thiago Ramil segue em frente não só do “álbum para fora”. Em um ano intenso, o músico lançou EmFrente, segundo disco da carreira, em agosto. O registro chega com notas mais viscerais, retratando um ambiente mais bruto, mas calibrado com a poesia de sempre.

No mesmo ritmo acelerado, Thiago embarca em uma semana cheia em que a tour do disco começa a rodar o Brasil. Na quinta, 22, ele aterrisa no Rio de Janeiro e divide o palco com Clara Castro em apresentação no Teatro Ipanema. Na sexta, 23, faz show em São Paulo ao lado de Alexandre Kumpinski e, no dia 29, toca em Florianópolis. Pra não perder nenhuma data e ficar por dentro da agenda do músico, acesse aqui.

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Três meses após o lançamento, conversamos com o músico sobre os frutos do trabalho atual. Dá play, rola a página e confira:

Como você tem sentido a recepção do EmFrente?
Assim como foi com o Leve Embora (2015), o EmFrente vem tendo um “alcance orgânico” (pra usar os termos cibernéticos) muito interessante. Isso porque vem propagando de ouvido em ouvido, de pessoa à pessoa, o que é algo que me agrada muito, pois acredito que a relação que estabelece entre o artista e o público, a partir dessa dinâmica, é mais sólida; sincera. O EmFrente é um álbum que propõe o diálogo com profundidades e convoca os ouvintes a refletirem sobre temas e situações atuais, por isso tenho a sensação de que o envolvimento das pessoas com o disco vai se relançando a cada nova audição. É importante também citar que o álbum recebeu duas importantes críticas, uma delas do Aquiles Reis (integrante do MPB4) a qual elogiou bastante álbum e sua musicalidade, fato que me alegra muito por vir de um grande nome da música popular brasileira. Enfim, o EmFrente, que nasceu recentemente, vai se levando embora, até porque agora tem sua vida própria.

2) Que desafios você teve enfrentou ao traduzir para os palcos o que foi gravado no álbum? Como estão sendo os shows?
Mesmo tendo um grande variedade de instrumentação o processo de gravação do disco deu-se de maneira muito natural, a partir dos elementos que cada músico trazia. A base dos arranjos foi concebida a partir de registros ao vivo durante a pré-produção, tornando mais fluido o processo de gravação e consequentemente montagem do show. Os samples e colagens presente no disco são disparados pelos músicos trazendo o ambiente sonoro do disco para o palco. Tive nesses primeiros shows, e terei nos próximos, o privilégio de contar com a banda completa, a qual é composta pelos músicos que gravaram o álbum, o que torna ainda mais vívido a intensidade do disco no show. No final tocamos algumas músicas do Leve Embora o que traz outros tons pra apresentação. A receptividade do público tem sido muito boa, e isso alavanca o processo de maturação dos arranjos pra cada show que vem em frente.

3) Você sente que sua obra tem uma conexão geográfica com o Sul do país ou não? Como a geografia ao seu redor interfere na sua criação? Isso é algo que lhe chama atenção?
Sim. Acredito que somos atravessados por muitas forças que nos subjetivam e nos formam e por isso sempre me interessei muito pelas histórias locais e memórias dos lugares e das pessoas dos lugares que habito e habitei. Desde que nasci vivo em Porto Alegre, tendo a maior parte do tempo vivido no Bairro Tristeza, nome que sempre me inspirou em múltiplos aspectos. Penso que a geografia interfere a minha formação em diversos âmbitos, nas peculiaridades de um bairro, no clima, nas estações do ano, nas pessoas que nos atravessam, no ar que respiramos,… Por isso é algo me chama muita atenção. E como músico e compositor, busco traduzir experiências e reflexões que acabam sendo reflexo desses múltiplos vetores que me formam.

4) Quais são seus planos para o fim do ano e 2019?
Este ano vem sendo incrivelmente intenso. Entre janeiro e fevereiro gravamos o álbum. Em março, tive o privilégio de apresentar um espetáculo com minha família, o Casa Ramil, que foi um alegria e um aprendizado incrível. Em junho fiz uma mini tour em Portugal. Agosto lançamos o EmFrente e desde então viemos apresentando o álbum chegando a também intenso final de ano. Terminada a tour pela região sudeste agora em novembro, voltamos já pra participar da Mostra Novos Discos Nossos, uma realização independente de músicos do RS. Ainda participo do Festival Tronco, selo independente de Porto Alegre antes de virar o ano. Em 2019 seguiremos em circulação com o EmFrente, buscando acessar regiões e estradas ainda não percorridas. E claro, fazer resistência artística e enfrentar qualquer expressão de ódio e de desvalorização do ser humano.

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19/11/2018

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