Originada em 2014, a banda Lagum, de Minas Gerais, divulgou em novembro passado o seu terceiro álbum de estúdio, MEMÓRIAS (de onde eu nunca fui) (2021). O quarteto, formado por Pedro Calais, na voz, Francisco Jardim, no baixo, Zani, na guitarra, e Jorge, também na guitarra, produziu o álbum como uma homenagem ao amigo e ex-integrante da banda, Tio Wilson, que faleceu em setembro de 2020.
Em um ano tomado pela tour “Pra Ficar na Memória“, onde transitaram pela Europa, em cidades como Porto e Estoril, em Portugal, e Londres, na Inglaterra, o grupo também compareceu em espaços renomados de festivais brasileiros, como Lollapalooza, Rock in Rio, na última quinta-feira, e igualmente em projetos de estreia, como o Festival Turá, que ocorreu em julho passado, no Parque Ibirapuera.
Possuindo uma agenda cheia, o grupo resolveu dar um passo adiante e iniciar no mundo da produção. Intitulado “A Ilha“, o festival próprio estreou no dia 25 de junho, na Esplanada do Mineirão, em Belo Horizonte. Entre a programação os músicos incluíram os rappers Sidoka, Marcelo D2, o artista Rubel, as duplas Yoùn e Ana Vitória, o mineiro FBC, a banda Da Parte com Clarissa, e até novos destaques, como a cantora Paige com o jovem Kaike, ambos da capital mineira.
“Foi um desafio gigante porque a gente nunca tinha feito um evento com tanta visibilidade, abrangendo tantas responsabilidades. Conseguimos chamar amigos para tocar, pessoas que somos fãs do trabalho, e também, com uma diversidade de músicas que nós acreditamos que alcance o mesmo público. A nossa empresária teve grande responsabilidade também”, diz Calais.
Confirmando uma segunda edição do festival, o vocalista complementa: “A gente teve vontade de imergir a experiência do público. Conseguimos atrelar o conceito da banda, com o conceito do festival. Foi só a primeira edição de muitas, estamos muito animados com esse passo na nossa carreira”.
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Acompanhando novas composições, o vocalista assume que essa é a primeira vez, em oito anos de banda, que o grupo consegue se organizar para manter um ritmo de produção de composições, ao mesmo tempo que realiza shows. “Acho que para cada momento na carreira, faz sentido um modo de trabalhar, e agora, a gente está querendo ter um amadurecimento musical e conceitual maior, então faz mais sentido estarmos imersos em um processo. Ainda não comentamos com nenhum outro veículo, e nem comunicamos ao fãs, mas nós estamos prestes a entrar em uma jornada criativa, dando uma pausa nos shows”.
Munidos de registros audiovisuais, que fazem parte da marca da banda desde quando lançaram a faixa “Fifa”, em 2017, o grupo afirma que essa é a intenção de uma banda da nova geração. Com participações de artistas como Iza, Mart’nália, L7NNON, Ana Gabriela e Emicida em clipes, o grupo exibe um repertório vasto, tendo em cada entrega mais responsabilidades em roteiro e produção: “As pessoas enxergam os clipes antes de ouvirem, e de certa forma isso influência como será escutado. Para a gente, uma banda de uma nova geração, é muito importante termos o nosso trabalhado atrelado ao audiovisual. Mudamos muito desde 2015, 2016, enxergo tudo com outra estética, daqui para frente é sempre importante termos uma imagem”.
Para o futuro, o vocalista não diz muitos detalhes, apenas que entrará no processo imersivo para o concebimento de um novo disco. “A Lagum é uma banda de carreira de discos, e a gente quer cumprir com isso. Claro que entre um lançamento e outro terá singles, mas sempre estamos com a cabeça no disco e no conceito, posso dizer que já estamos no processo de composição”, finaliza.
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