Entrevista com Phillip A, do Killer on the Dancefloor

15/03/2011

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

15/03/2011

Killer on the boatfloor ou Sacudindo o barco mais que o mar

Uma das três peças fundamentais do Killer on the Dancefloor, Phillip A chegou a Ilhabela virado no início da tarde de sábado, 12. Saiu de uma festa em que trabalhara a noite toda, entrou na van para umas poucas horas de sono e, quando acordou, já era hora de trabalhar de novo. Desta vez a bordo do Tocorimé, o barco que tem levado o Red Bull Music Armada na jornada de redescobrimento da cultura costeira do Brasil. É justo – e necessário – dizer que “trabalho”, para Phillip e seus parceiros do KOTD, é um conceito amplo, do qual diversão é uma parcela significativa.

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Tal afirmativa foi confirmada pela festa que os caras comandariam em seguida, a mais longa desde que a jornalista Renata Simões assumiu a missão de desvendar a cultura e a música na costa brasileira (em Floripa, na semana anterior) e, de quebra, tornou-se tripulante de primeira viagem. Ao final do dia, ninguém queria deixar o barco – nem os garotos do Killer, que ainda tinham mais uma balada para abastecer de música, antes de poderem, enfim, descansar. Por sorte, fomos ágeis o bastante para falar com Phillip assim que ele embarcou no Tocorimé. O papo foi mais ou menos o que segue abaixo.


Phillip A, do Killer on the Dancefloor

Tem rolado uma grande discussão em torno dos direitos autorais. Como produtor e DJ que mexem com samples o tempo todo, como você se posiciona em relação a isso?
Cara, eu acho que a vida é um remix. O álbum que eu mais amo do Daft Punk, Homework, é tudo coisa antiga, samples de músicas antigas, muito disco, e eu acho superválido fazer isso – mas tem que pagar! O cara que é o campeão de pegar as coisas e não pagar é o will.i.am. Ele fez isso uma vez com o próprio Daft Punk e rolou um puta processo, e fez agora, recentemente, com o Boys Noize, com a música Yeah. E eu sou súper a favor de se usar sample, acho que tem que usar, mas se você vai pegar alguma coisa de alguém, paga.

A partir do momento que vai lançar comercialmente, tem que haver pagamento…
É, porque o que acontece: só paga quem é peixe grande. Quem é peixe pequeno vai lançar a música e vai ficar ali, num selo pequeno, não vai ter nenhum problema, porque a música não vai circular no mainstream, não vai ter muita audição, então acaba caindo no esquecimento. Mas se é um artista grande, ele vai ter que pagar para poder circular.

E tu vê o trabalho de vocês mais como criação, transformação, recriação?
Cara, a gente começou a história do Killer fazendo muito remix, né? Agora, faz um ano e pouco que a gente está trabalhando o nosso álbum, que deve ficar pronto em uns 2 meses. Já está nos finalmentes, tudo produção nossa. Óbvio, a gente tem referências, mas não usou nenhum sample. Tudo referência, tipo coisas que a gente está gostando de ouvir e que falou: “ó, meu, vamos manter mais ou menos nessa linha, fazer assim, assado”, mas sempre sendo original.

E esse disco, qual é a dele?
Esse disco veio daquela onda que o Crookers e o N.A.S.A. fizeram. É um disco de colaboração. Cada música tem uns dois amigos, ou cantor, ou outro produtor.

Tem galera de vários círculos musicais?
É, tem uma música que a gente fez com o C4bal, cantor de hip hop. Aí, tem música que a gente fez com o Holger, outra com o Copacabana Club. Então, a gente vai chamando os amigos e fazendo a mistura que a gente quer para o nosso disco.

E ele já tem algum selo?
Aqui no Brasil a gente vai lançar pela 3Plus Music, que é o label da 3Plus. Ela lança junto com a PIAS, que é um label internacional, que lança Tiga, várias coisas assim. E aí a gente vai tentar um outro selo menor lá fora para dar uma jogada.

No We Music, vocês gravaram uma música com o Thiago Pethit, que já foi autoral.
Sim, aquela música vai entrar para o disco. A gente conversou com o Thiago. Como a gente tinha feito a música para o We Music, e não era uma coisa como lançar um álbum, a gente falou: “Thiago, a gente vai usar essa música para o nosso disco, topa?”. Ele topou.

E foi legal trabalhar com ele? Tem uma vibe oitentista que une vocês…
Foi demais! Eu sempre admirei o trabalho dele e, na hora em que a gente foi trabalhar junto, foi bem legal. Ele ama muito Hercules & Love Affair, Of Montreal, a voz dele é muito boa. Então, teve uma pegada bacana.

A pergunta que nunca falta: e o Fatnotronic?
O Fatnotronic é o escrachado e é um projeto sem pretensão nenhuma. A gente fez duas gigs com o Steph do 2 Many DJs, que é muito amigo do Gorky, e foi bem nessa onda. A gente tá num BPM de 150, tipo rock antigo, anos 80, rápido, e aí cai absurdamente. A gente tem feito reuniões pra começar a produzir nossos próprios sons e mandar para fora. O Gorky acabou de voltar de Los Angeles, onde estava terminando o disco do Bonde do rolê com o cara que era do Guns N’ Bombs, que hoje em dia é o Poolside. Ficou na casa dele duas semanas terminando o disco.

Agora as três perguntinhas desconexas finais. O que você acha que vem depois do mashup?
O que vem depois do mashup? Não sei, porque acho que o mashup é o último lugar em que você consegue chegar, né? É o mais à frente, é misturar músicas que não têm nada a ver e isso fazer sentido. Então, eu não vejo uma luz no fim do túnel depois do mashup.

E teu drink preferido na noite?
Meu drink preferido na noite é cerveja e tequila, alterno duas Stelas e uma tequila. Mas a gente foi tocar no Chile umas semanas atrás, e lá eu descobri o drink da minha vida, que é Pisco Sauer. Não é um drink para tomar em balada, é para tomar durante o dia. Pisco Sauer é o drink do momento: pisco com suco de limão e clara de ovo batido.

Diz um setlist das primeiras músicas que vierem à sua cabeça.
Poolside – Do You Believe. Linda. Vai lançar em 14 de março.
Chemical Brothers – Swoon. Remix do Boys Noize e remix do Lintstrong Chris Thomas.
Phoenix – Lasso (KOTD Remix). Fiquei surpreso, a gente acabou de postar e já está com vários downloads.
Boys Noize – Yeah
LCD Soundsystem – You wanted a hit (Soulwax Remix)
C&C Music Factory – Do you wanna get funky


Phillip A comanda a pista do Red Bull Music Armada

*A Noize viajou a convite do evento Red Bull Music Armada.

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15/03/2011

Revista NOIZE

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