Vivi Seixas toca Raul

14/06/2013

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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14/06/2013

As músicas de Raul Seixas também sofreram uma metamorfose. Isso porque Vivi Seixas – DJ e filha do cantor – conseguiu com algumas gravadoras a voz guia das faixas gravadas pelo pai no passado. Para transformá-las em algo aparentemente novo não demorou muito. Ela só precisou de um convite da gravadora Warner, quatro anos atrás, para realizar o tributo.

“Geração da Luz: Clássicos de Raul Seixas Metamorfoseados” foi lançado em 2013 e mostra uma Vivi Seixas preocupada em manter intacto o legado do pai e maior ícone do rock brasileiro de todos os tempos. “Eu sei como os fãs são, não gostam que mexam nas coisas dele”. E foi assim que nasceu um CD não muito eletrônico, mas com convidados especiais e uma cara mais orgânica.

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E o resultado do disco até agora? Vivi Seixas diz que a recepção tem sido muito boa. E que até os fãs mais radicais de Raul Seixas tem elogiado o álbum. “Estou muito feliz com isso”.

Qual a sua faixa favorita do CD? Por quê?

Eu gosto muito de “Super Heróis”, que é uma música lado B. Eu sou muito fã das músicas lado B do meu pai, então eu fiz questão de botar. Como “Super-heróis”, que virou um trip hop com blues, com o guitarrista que eu falei, o Alamo Leal. “Conversa pra Boi Dormir” também é uma música lado B, tem uma pegada mais underground, é um house mais dark. “Só pra Variar” também é uma música lado B. As minhas favoritas são “Rock das Aranhas” e “Super Heróis”.

Qual disco do Raul é mais especial para você? Por quê?

É um da época que eu nasci, “Carimbador Maluco”. Foi dessa época de 1980, 1981. Porque tem muitas participações da minha mãe. Acho que é por isso, porque eu sou fanzoca dos dois juntos, então é especial para mim.

Você pensa em fazer um trabalho assim com algum outro artista? Remixar outro artista?

Eu gosto da Fernanda Abreu. Adoraria remixar as músicas dela. O Rappa, também. E Chico Science.

Como você foi para o lado eletrônico?

Eu sempre gostei de música, mas conhecia a eletrônica na Austrália, em uma viagem que eu fiz em 1998. Fui no meu primeiro festival de música eletrônica lá. Quando eu voltei, eu tinha muitos amigos DJs e eu sonhei que eu tava tocando. Comentei com um amigo meu e ele falou ‘por quê você não aprende a tocar?’. Ele tinha equipamento, me ensinou e aí eu comecei. Comecei tocando lounge. Aí fiquei cansada de colocar a galera para dormir. Queria tocar na pista, botar a galera pra dançar. E a primeira vez que eu toquei na pista, me apaixonei. E acho que também um pouco de receio de seguir pelo rock, pela comparação, pela responsabilidade. Acho que eu procurei fazer uma coisa totalmente diferente da música do meu pai. Mas é complicado. Quando eu toco eletrônica tem gente que reclama da música eletrônica. Se eu toco música do meu pai, tem gente que reclama que eu toco música do meu pai.

Nas festas que você ia tocar, rolava pedido “Toca Raul”?

Sempre. E aí o Mike, o meu marido, quando a gente se conheceu eu falei pra ele quem era o meu pai e tal, e ele nunca tinha escutado porque ele é da Califórnia, ele ficou apaixonado e fez um remix de “Mosca na Sopa”. Não é o que está no CD, é uma versão house. E quando a galera berrava “Toca Raul” às vezes era para implicar comigo, duvidavam que eu fosse tocar. Aí eu tocava. E então começou essa história. As pessoas ficavam surpresas, eu tinha sempre uma carta na manga. Mas eu sempre escuto e me divirto. Nem todos os lugares de música eletrônica eu toco o remix. Mas quando pedem, eu toco. E quando eu vou nos shows eu me vingo. Eu sempre berro, para quem quer que seja, “toca Raul”.

(Fotoss: Rafaela Bublitz/Violà)

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14/06/2013

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