Os fãs da Bidê ou Balde conhecem muito bem o seu trabalho, seja enquanto coautor de sucessos como “Mesmo Que Mude” ou por ser guitarrista da emblemática banda gaúcha. Rodrigo Pilla ficou conhecido na Bidê por assumir as seis cordas de aço com personalidade cativante. Agora, contudo, temos a oportunidade de conhecer uma nova face do artista, que se lança enquanto artista solo assinando como PILLA.
Hoje, com exclusividade na Noize, ele lança o clipe e a música “O Cavalo no Telhado”, que marcam a sua estreia. Nas cenas dirigida por Fabrício Cantanhede, vemos o músico distante da atmosfera colorida e exuberante típica da Bidê ou Balde. Desta vez, PILLA está sozinho com o seu violão, em um preto e branco contrastado como a própria realidade na qual um pobre cavalo de fato ficou famoso por subir em um telhado para se salvar da enchente que varreu o Rio Grande do Sul entre o fim de abril e o início de maio.
Em uma atmosfera folk, a música foi produzida por João Inacio Da Silva, mais conhecido como Jojo, e marca o lançamento de uma trilogia, cujos próximos capítulos já estão a caminho. Dentre as novidades, PILLA garante ainda que se prepara para levar aos palcos o seu novo projeto. Abaixo, confira o novo clipe e um papo com o músico.
Comenta, por favor, qual é o sentimento de se lançar pela primeira vez cantando, após tanto tempo ao lado da Bidê?
Eu tô feliz, muito feliz! PILLA é um artista novo que descobri dentro da minha cabeça, há um tempinho atrás. Ele sempre aparecia timidamente querendo falar umas coisinhas e cantar, desde quando estava compondo para a Bidê ou Balde eu sabia que ele estava ali, esperando a coragem se sobrepor às dúvidas. PILLA sou eu e eu sou o PILLA, o mais próximo e verdadeiro de como podemos expressar as tantas e tantas revoluções que juntos possuímos nas nossas cabeças, na minha, na dele, na do PILLA. É isso, se lançar cantando é pura satisfação.
Conta a história de “O Cavalo no Telhado”? Como surgiu a música?
Eu tô em Porto Alegre e desde maio/24 vejo tudo o que está acontecendo por aqui, das mais diversas
formas, sem conseguir chegar próximo de ajudar o suficiente que minha cabeça gostaria. A angústia se
destaca entre o turbilhão de sentimentos, e com a força dela, a música “O Cavalo no Telhado” foi
composta por mim em alguns minutos. É difícil falar sobre isso de alguma forma que seja honesta para
mim ao menos, e eu considero que consegui. Ela não tem a pretensão de ser nada além de um recorte
simples de arte desse momento.
Como foi a produção do clipe? O que você e o diretor estavam buscando?
Eu precisava de um clipe para “O Cavalo no Telhado” e chamei o meu irmão Fabrício Cantanhede, ídolo e talentosíssimo diretor, roteirista, montador e realizador. Desde sempre a ideia da produção é que seria na minha casa, em apenas um dia de filmagem e que não teríamos muito tempo nem grandes recursos. A estética melancólica em preto e branco foi uma definição em uníssono, com a referência inicial do filme “O Eclipse”, de Michelangelo Antonioni, que eu havia visto dois dias antes da nossa conversa e, principalmente, com o profissionalismo avassalador do Fabrício, que conseguiu extrair das limitações da locação uma fotografia tecnicamente impecável, utilizando muito contraste, sobreposições e destacando a natureza com as minhas plantas em cena. A direção dele foi cirúrgica, me senti realmente em casa tocando a música que havia composto há uma semana. As fotos e o auxílio na produção ficaram por conta de mais um irmão, o Roberto Rigatto, maravilhoso fotógrafo e repórter cinematográfico. Filmamos na segunda, o Fabrício montou na terça e quarta o clipe estava pronto e aprovado. Eu achei lindo, emocionante.
A música faz parte de uma trilogia, correto? Quais são os seus próximos planos após este
lançamento?
Sim, uma trilogia que terá alguns fios condutores, sendo lançada uma música e um clipe por mês. Além
desta obra ser dirigida pelo Fabrício Cantanhede, eu destaco que será musicalmente gravada e
produzida pelo meu parceiro amado e gênio João Augusto da Silva, nacionalmente conhecido como
Jojô. Ele fez todo este processo musical em “O Cavalo no Telhado”, de forma absurdamente rápida,
elegante e potente. E eu vou tocar ao vivo, prometo.