Sem nenhum aviso, o setor criativo e musical se viu obrigado a se reinventar. Próximos de fecharmos os seis meses de isolamento social no Brasil devido à pandemia do novo Coronavírus, os festivais de todos os cantos do país estão transformando suas edições em eventos virtuais. O Festival Sarará é um deles.
Fechando com chave de ouro o último sábado de agosto, dia 29, o Sarará inicia seus trabalhos a partir das 16h via YouTube. Tradicionalmente realizado em Belo Horizonte, ele continua ancorado na cidade. No Estádio do Mineirão será montado uma estrutura de palco que receberá os shows, mas, óbvio, sem público. No novo formato, a veia mineira permanece! O line up traz artistas da região, com uma única exceção. Quem colar na transmissão poderá acompanhar shows de Hot e Oreia, Black Alien, ROSA NEON convida Kdu dos Anjos, Fenda + Karol Conká, Lagum, Coyote convida Iza Sabino.
A experiência promete ser múltipla. Além de shows, Sarará organizará performances de dança com o grupo Lá da Favelinha e pista de música eletrônica 101Ø em sala exclusiva do Zoom. Quer mais? A apresentação da edição fica por conta de Linn da Quebrada! Mais informações você encontra aqui.
O Festival Sarará digital tem patrocínio de Devassa e Natura Musical. Para aquecer os motores, batemos um papo com Oreia, da dupla Hot e Oreia! Ele comenta sobre a expectativa de tocar na edição, sua relação com o Sarará e adianta novidades sobre o próximo disco da dupla. Desce e confere!
Vocês são baseados em Belo Horizonte, mesma cidade onde acontece a versão presencial do Festival Sarará. Como era a relação de vocês com o evento antes de vocês figurarem no line up deles?
Era de fã, tanto do Sarará quanto de outros festivais de BH. A gente ia, via e sempre queria estar lá e tocar!
O isolamento social aqui no Brasil já dura uns 5 meses. Vocês já assimilar as transformações que o setor criativo e musical estão passando? Qual é a expectativa de tocar no Sarará online?
É, já tô assimilando as transformações, esse trem de live, tudo à distância. Mas eu ainda tenho a esperança de que vai voltar ao normal… ano que vem, talvez? Eu acho que vai ter carnaval, o que vocês acha? O povo acha que eu sou tolo quando eu falo isso, mas, ué, tomara que tenha, né? Mas a expectativa para participar do Sarará online tá a milhão, quero só ver quantas pessoas estarão lá vendo e ouvindo a gente! Vou pular, cantar e gritar como nos shows presenciais. Vou pedir pro pessoal cantar, se não tiver ninguém lá, azar!
Nesse mês vocês lançaram o ótimo single “Papaia” ao lado do Black Alien. Esse single consegue dar o tom do que vamos ouvir no novo álbum de vocês? Quais tem sido as temáticas, as referência sonoras que tem guiado vocês nessa produção? Que feats vocês já podem adiantar para gente?
Ela dá o tom, mas não dá muito não, porque ela é uma das músicas mais diferentes do disco mesmo. Mas dá pra ver que a gente vem quente! Mas é melhor não criar expectativa em cima de “Papaia” não porque vocês são se surpreender! Eu acho que nesse disco a gente se preocupou mais com a estética musical sonora e atmosférica do que com as letras, punchlines e jogos de palavras, que é o nosso estilo, sabe? Rimas mais simples e diretas, mas só que com melodias mais loucas e vozes mais estranhas. E a gente vem falando sobre um milhão de coisas, temáticas como o momento que a gente tá vivendo, sentimentos de angústia, de conquista e de felicidade, educação sexual, relação entre políticos e cidadãos, pais e filhos, jovens e velhos, sensações de euforia quando ia aos shows do Hot e Oreia – tem uma música que fala até disso, sabia? Ficam aí algumas dicas de feats: Tropikillaz e um sample do Nelson Ned!