Coachella 2012. O rapper Snoop Dogg, que foi o nome escalado para encerrar o festival no ano passado, levou para o palco montado no deserto da Califórnia um convidado de luxo. Tupac Shakur, que morreu em 1996, apareceu num holograma e cantou junto com Snoop a música “Hail Mary”.
A qualidade da imagem foi tanta que houve quem acreditasse que quem estava lá era um sósia de Tupac. O rapper interagiu de forma perfeita com Snoop Dogg e ainda mandou um “what’s up, Coachella?” para o delírio dos presentes.
E foi o sucesso do holograma do Tupac que tem incentivado o uso da técnica também em outros lugares do mundo. No último final de semana, em Brasília, o show Renato Russo Sinfônico tinha tudo para ser um dos maiores tributos ao ex-líder do Legião Urbana. E realmente foi até certo ponto. Mas parece que tecnologia não foi muito bem usada pelos produtores brasileiros.
No reformado estádio Mané Garrincha, 14 convidados interpretaram os sucessos do Legião, acompanhados por uma orquestra. Mas e o holograma do Renato Russo?
Ele apareceu praticamente só final do show e decepcionou boa parte do público. Isso porque muitas pessoas não conseguiram enxergar direito a imagem projetada de Renato Russo, que também foi prejudicada por problemas técnicos e falta de sincronia entre imagem e áudio. E o pior: o holograma fez playback. A escolha das imagens de arquivo foi tão ruim que “Há Tempos” precisou ser utilizada em sua versão de estúdio e com imagens totalmente desconcertadas.
No fim das contas, os fãs do Legião Urbana pareceram não se importar muito com os problemas técnicos do Renato Russo Sinfônico. Mas ficou aqui a lição para os próximos hologramas.