Em seu novo disco, Préliminaires, o cantor conhecido por rolar em cacos de vidro e por ter um dos comportamentos mais corrosivos do rock faz uma releitura suave e mansinha das páginas do livro “A possibilidade de uma ilha” do escritor francês Michel Houllebecq.
“Este é um livro calmo e divertido que fala de morte, sexo, do fim da raça humana e de outras coisas legais” disse Iggy sobre o novo trabalho, em depoimento postado na web. O novo disco é segundo o cantor “muito calmo, com ambiênciasde jazz, porque eu já estava cansado de ouvir guitarras idiotas e música de bosta”.
O eterno punk se identificou muito com a obra do autor francês a ponto de construir esse disco extremamente conceitual. Préliminaires remete ao excelente Raw Power, de 1973, que veio após uma época de sarjetas e poucos rumos. No novo disco, Iggy Pop aborda em suas letras basicamente: sexo, morte e o fim da raça humana. Em meio as faixas, ainda há uma versão de “How insensitive”, a versão em inglês de “Insensatez”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
Apesar da pegada leve, Préliminaires não é um álbum de jazz. As guitarras sujas ainda estão lá, mostrando que apesar da nova fase conceitual, Iggy Pop continua sendo Iggy. A capa do disco ficou por conta da ilustradora iraniana Marjane Satrapi, autora da HQ indie, que também virou filme, “Persépolis”. Mais conceitual que isso só fazer tudo rolando em cacos de vidro. Ah é, o Iggy já fez isso também…
capa do disco Préliminaires