A presença de Lou Reed nos versos de “Brooklyn Baby” não é coincidência. Em entrevista recente ao The Guardian, Lana Del Rey comentou que a faixa de Ultraviolence era pra ter sido gravada com Reed, mas ele nos deixou no mesmo dia em que iria se encontrar com Del Rey, em Nova Iorque.
Com um cigarro entre os dedos, salgadinhos espalhados pelo chão e ketchup no notebook, Del Rey disse que vê algo de glamoroso na morte. Seus heróis são músicos como Kurt Cobain e Amy Winehouse, que morreram aos 27 anos. Lana Del Rey completa 28 anos no próximo dia 21. “Eu já queria estar morta”, disse ela ao The Guardian. Quando o jornalista Tim Jonze duvidou dela, Del Rey replicou: “Eu queria! Eu não queria é continuar fazendo isso [tudo]. Mas estou”.
A história de Lana Del Rey não é um conto-de-fadas, segundo ela. Envolve gangues de motociclistas – como disse Lana, o clipe de “Ride” é um retrato 100% fiel da vida dela -, perseguição da mídia e pessoas desabrigadas. Vendo assim, ela é mais uma dessas artistas que não se acostumaram com a fama e tiveram a má sorte de serem perseguidas por fãs, paparazzis e jornalistas malucos atrás de qualquer rastro do ídolo.
A cantora é bem pessimista (ou seria realista?) com toda sua carreira. “Video Games” (2011) foi seu primeiro grande single. “Eu nunca senti nenhum prazer. Foi tudo ruim, tudo isso”, disse Del Rey sobre até que ponto ela aproveitou o sucesso de “Video Games” sem ter sua privacidade violada. Em 2012, Lana teve seu computador pessoal hackeado e 211 canções suas foram roubadas e vazadas na internet.
Seu novo disco, o atmosférico Ultraviolence, chega ainda essa semana às prateleiras. “Muitas das minhas canções não são simples músicas com aqueles refrões pop, elas são mais psicológicas”, disse Del Rey na entrevista. A velocidade das composições refletem o estado mental dela, mesmo que algumas vezes elas sejam “lentas demais para as rádios”.
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