Lollapalooza | Muita ansiedade no segundo dia de festival

27/03/2017

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Carolina Santos

Por: Carolina Santos

Fotos: MRossi / Denis Carrion

27/03/2017

O segundo dia de Lollapalooza 2017 começou com o público melhor ambientado, que esperava ansioso pelos shows de Melanie Martinez e The Strokes. A preparação para essas atrações iniciou cedo nas filas para recarga das pulseiras e compra de bebidas. Também era bom estar preparado para a longa caminhada até o Palco Onix, porque o show do The Weeknd seria lá.

Boa parte do público estava bem avermelhado por causa das queimaduras do sábado, e o sol também não deu trégua no segundo dia. O primeiro show que conferi foi o da Céu, única atração feminina brasileira desta edição. Os fãs enfrentaram o calor de pouco depois do meio-dia para prestigiar todas as cores e beats da cantora, que agradaram o público já acumulado nas grades do Palco Skol a espera de The Strokes. A grande reclamação foi de que a apresentação era muito cedo, e isso atrapalhou muitos dos interessados que não chegaram naquele horário no segundo dia. A voz sussurrada da intérprete chamou a atenção da banda Duran Duran, que convidou a cantora para uma participação em “Ordinary World” no final da tarde no Palco Onix.

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Desde que entrou no palco, com a roupa cheia de franjas de cetim esvoaçantes, Céu deixou dicas de que aquela seria uma performance levinha e dançante. A roupa contribuiu com os movimentos de dança da cantora nas músicas do disco Tropix, que também fizeram os que conseguiram chegar cedo pra conferir o show dela dançar junto até a despedida de “A Nave Vai”.

A segunda parada foi no Palco Axe, para assistir a banda Silversun Pickups, que pela primeira vez tocava no Brasil. Eles apostaram em muitas canções do álbum Better Nature de 2015, o que alegrou os fãs da banda, que eram poucos, mas perceptíveis em toda a sua vibração na multidão. A maioria do público que estava ali desconhecia os grandes sucessos, que foram trilhas de diversas séries como The O.C. e The Vampire Diaries. Uma multidão de jovens estava na espera de Melanie Martinez, muitas vezes acompanhados pelos responsáveis, que curtiram despretensiosamente o som dos caras. O que mais chamou a atenção foi com certeza a doçura da baixista, Nikki Monniger, que mandou muito tanto no vocal quanto no instrumento. Toda a frase que era pronunciada pela integrante foi correspondida com muito carinho.

chegou 5 minutos atrasada, após Silversun, e foi recebida com muito mais empolgação. Uma das cantoras mais esperadas da edição, esbanjou atitude na sua performance, inclusive indo para os braços do público, que a recebeu com muito calor humano. A dinamarquesa coloca muito de sua personalidade nas canções, e apesar de alguns playbacks, conseguiu mostrar que veio para tocar um pop barulhento, inusitadamente comercial e muito energizante.

Ao mesmo tempo, no Palco Skol, o vocalista do Two Door Cinema Club, Alex Trimble, todo soltinho e cheio de carisma, fez o gramado lotar de modo que quem olhasse para frente ou para trás de onde estivesse só veria um mar de gente. Ele caminhava pelo palco de um lado para o outro, interagindo com o público como uma faísca acendendo fogo no palheiro e a resposta foi imediata. Como uma metralhadora de hits, a banda foi engatando um sucesso atrás de outro, causando um efeito frenético principalmente​ em quem estava perto do palco. Era difícil retomar o fôlego entre músicas como “What You Know” e “I Can Talk”.

E chegou a esperada caminhada até o Palco Onix, onde multidões se movimentaram no início da noite, sem medo dos pingos de chuva e da distância. Os outros palcos literalmente ficaram quase que vazios porque The Weeknd reuniu todos os públicos, seja pela curiosidade, ou pelo ritmo energizante do cantor. O palco se via lá de longe para os que, assim como eu, não se programaram para ver a atração. E valeu a pena, pois a performance do cantor no palco e seu vocal ao vivo entregam muita qualidade aos fãs e aos nem tão fãs assim. “Starboy” foi a música escolhida para iniciar o show, grande single do cantor.

Apenas 5 minutos de diferença separavam o final do show do The Weeknd para o início de The Strokes, e isso fez com que muita gente não esperasse até o final da apresentação para sair fosse correndo e esperar os nem mais tão garotos da banda indie. Como sempre, arrastam uma legião de fãs fiéis. A chuva começou e isso não espantou ninguém. Os músicos deixaram a desejar com uma performance nem tão empolgada, pausa aleatória e final que transmitiu pouco carinho aos que ali passaram algumas horas esperando a chegada dos rapazes e o fechamento do festival ficou por conta do telão no Palco Skol. Essa impressão pode ter sido causada pela saudação tão calorosa dos integrantes do Metallica na noite anterior. Sucessos como “You Only Live Once” ficaram de fora do setlist tão esperado, restando a hits clássicos como a abertura de “The Modern Age”, “Last Nite” e o encerramento de “Hard To Explain” os pontos mais altos do show.

Apesar dos pesares desta sexta festival, presenciar shows explosivos como do The XX, The Weeknd e Cage The Elephant fizeram essa maratona insana valer a pena. Estamos de olho no line-up da próxima edição desejando que a organização tenha aprendido com seus pequenos erros que, mesmo desconfortáveis, não foram capazes de apagar a energia incrível do público!

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27/03/2017

Social Media e frequentadora assídua do Twitter (@caroldeverdade).
Carolina Santos

Carolina Santos