Los Hermanos ilumina o Anfiteatro Beira-Rio

19/10/2015

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Por: Daniele Rodrigues

Fotos: Ariel Fagundes

19/10/2015

Desde o anúncio do fim do Los Hermanos em meados de 2007, eu nunca tivera a oportunidade de assistir a nenhuma das apresentações deles. Também não havia visto quando ainda era uma Banda com “B” maiúsculo.

Como marinheira de primeira viagem, posso afirmar que foi um show encantador em todos os sentidos. Encantou pela oportunidade de ver todos juntos no palco, por conseguir perceber detalhes antes ocultos nas letras de Marcelo Camelo, por ser agraciada pelo carisma de Rodrigo Amarante e principalmente pela iluminação e as projeções no palco que ditaram o tom íntimo da noite.

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Se existe uma expressão que pode definir o espetáculo que aconteceu na noite de sábado é o vulgo: “Não sei o que falar, apenas sentir”. O show em si foi de poucas palavras trocadas entre banda e público. Os cariocas começaram com O Vencedor e o tão esperado “Boa noite Porto Alegre” só veio depois de Cadê teu Suín? que foi a sexta música de um repertório composto por vinte e oito canções que fazem parte dos quatro álbuns já lançados.

Falar sobre uma das aparições da banda depois de um hiato longo, mas nem tanto, e levar em conta os aspectos básicos como repertório, por exemplo, não parece suficiente nem minimamente interessante para o público que os acompanha.

Porque se tem algo que todo mundo sabia naquele show eram as letras “de cor e salteado”, e podem citar o extenso setlist de trás pra frente. Parece que não houve um ser humano sequer que não tenha se pego em dado momento cantando alguma música com os olhos fechados e os pulmões a todo vapor. O Anfiteatro Beira-Rio foi tomado por gente de todo o tipo, desde velhinhos com belas barbas brancas, a jovens em grupos descontraídos ou na formação clássica de casais. Por falar em Anfiteatro Beira-Rio, esse também foi motivo de encanto. Ficou claro que as cerca de 12 mil pessoas que estavam lá tiveram uma ótima experiência de show, enxergando o palco perfeitamente, de todos os ângulos. A adaptação feita no estádio ficou perfeita e caiu como uma luva para a volta dos Hermanos.

Dá pra afirmar que o carisma e a descontração de Amarante roubaram a cena da apresentação que não dispensou gracinhas e trejeitos para o público, inclusive o ponto alto foi quando saltou do palco ao som de Quem sabe com uma flor branca no bolso da camisa, causando um grande rebuliço na platéia. A presença de palco do Amarante é tão nítida que por vezes até me fez pensar que a única pessoa que realmente estava se divertindo lá em cima era ele e que os demais estariam apenas cumprindo um protocolo.

Mas falando nos detalhes, algo que chamou muitíssima atenção ao longo do show é o quanto Marcelo Camelo faz referência à Deus em suas canções, eu não sabia desse lado ~místico~ (se alguém tiver mais informações, pode mandar um recado pra gente), mas o fato é que durante o setlist dessa apresentação foram o total de CINCO músicas que faziam menção ao “grande criador”. Se você ainda não tinha reparado, escuta aí: Pois éConversa de botas batidasMorenaTenha dóDe onde vem a calma.

A banda estava em sintonia e redondinha, mas não sei até quando vai durar este formato de se reunir a cada três ou quarto anos. Ainda que, a grande maioria das pessoas que comparecem aos shows são fisgadas principalmente pela ideia da incerteza em vê-los juntos novamente. Poderíamos arriscar em pensar num quinto álbum no ano em que completariam os 10 anos do “fim”? 2017 tá quase aí.

Confira a Setlist do show deste último sábado, 17 de outubro, em Porto Alegre:

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19/10/2015

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Daniele Rodrigues