O fóssil perdido do Pink Floyd

08/12/2010

The specified slider id does not exist.

Powered by WP Bannerize

Avatar photo

Por: Revista NOIZE

Fotos:

08/12/2010

O resgate das memórias não registradas de Syd Barrett, fundador do Pink Floyd

*

Venho lendo “A Very Irregular Head”, biografia de Syd Barrett escrita pelo jornalista Rob Chapman que tem sido considerada o melhor resgate da vida e obra de Barrett. Ela não apenas se empenha em reconstruir a história do fundador do Pink Floyd, desmontando lendas e remontando o mito, mas – e principalmente – tenta, com algum sucesso, comparar a arte de Barrett à de autores, pintores e compositores dos séculos 19 e 20. Se não obtém sucesso absoluto, é porque há traços comuns a artistas em geral que não chegam a constituir achados ou descobertas.

Chapman, que diz ter visto Syd tocar em uma única ocasião (o show com o efêmero grupo Stars, relativamente desastroso, mas ainda assim oniricamente registrado pelo autor), pinta um Barrett ambíguo: um homem que, em pleno curso da deterioração mental que levou à sua exclusão do Floyd, por diversas vezes se mostrava plenamente capaz de controlar as faculdades mentais, apresentar-se ao vivo e compor dois discos. O biógrafo duvida, por diversas vezes, dos relatos de amigos e conhecidos de Barrett sobre situações constrangedoras e degradantes, as quais, na opinião de Chapman, são fruto da combinação de memórias construídas a partir de lembranças falhas de terceiros com o uso de drogas por todo o grupo à época dos acontecimentos.

Isso tudo apenas reforça a imagem distante de Barrett, o homem-menino que, mesmo multifacetado, criativo, seminal e amável como se sabe ter sido, acabou condenado à ode grandiloquente e incompatível do Diamante Louco.

À descrição da arcádia barrettiana de Chapman, somam-se duas outras escavações relevantes. Uma delas eu relatei aqui, trata-se da exibição de uma apresentação de “See Emily Play” em 1967, no programa da BBC Tops of The Pops. Ele acrescenta à escassa videoteca do Floyd pré-1968, quando David Gilmour entrou para a banda, Barrett “foi saído” e o mundo passou a ser preparado para The Dark Side of the Moon.

A outra escavação acontecerá em 3 e 7 de maio de 2011, quando os suecos terão a chance de escutar a raríssima gravação – apenas em áudio, infelizmente – do show que o grupo fez no Gyllene Cirkeln (Círculo Dourado), em Estocolmo, no longínquo 10 de setembro de 1967. O show aconteceu semanas antes de o grupo embarcar para a errática turnê norte-americana, responsável por grande parte das lendas e causos de um Barrett já prejudicado pelas famas e drogas.

O que faz deste registro tão valioso, e o diferencia dos outros 2 bootlegs existentes dessa fase da banda, é a qualidade da gravação: microfones profissionais foram utilizados por um engenheiro de som famoso reconhecido. A experiência da audição será favorecida por um evento interessante: serão emulações de um show do Floyd de 67, com manequins vestidos com roupas da época. As pessoas se sentarão em frente ao palco e, depois de terem a curiosa experiência, assistirão ao show de uma banda cover sueca (a qual eu duvido que preste um tributo tão bonito a Syd quanto os porto-alegrenses da Pink Floy das Antiga. Mas isso fica pra outro post).

O Floyd se apresenta em Estocolomo, no Gyllene Cirkeln (Círculo Dourado), em 10/9/67

Tags:,

08/12/2010

Avatar photo

Revista NOIZE