Pode até ser que o Blur não tenha lançado nenhum disco de inéditas desde que saiu “Think Tank”, em 2003. Mas o grupo, liderado pelo vocalista Damon Albarn, ainda é um dos principais nomes do cenário indie. E, mesmo entre idas, vindas e hiatos, a banda continua causando verdadeiras comoções em seus shows.
E a apresentação do quarteto britânico, que pisou pela primeira vez em solo uruguaio no começo da semana, não foi diferente. Damon Albarn, Graham Coxon, Alex James e Dave Rowntree fizeram um show em Montevidéu, na última segunda-feira, para poucos privilegiados. Cerca de 4 mil pessoas compareceram ao Teatro de Verano, localizado a poucos minutos do centro da cidade, para assistir uma banda que envelheceu junto com os seus fãs.
Igor e Roberta deixaram o calor de Belém do Pará para assistir o Blur na capital uruguaia. “Eu curto a banda desde os meus doze anos de idade. Em 99, quando eles foram para o Brasil, eu tinha quatorze anos. Não tive condições de ir assistir”, revelou Roberta, logo na entrada do teatro. O show do Blur, no Uruguai, já era importante pela representatividade da banda. O fato do grupo ainda viver um período de incertezas foi o elemento que levou fãs a atravessarem longas distâncias só para assistir ao grupo ao vivo.
O casal paraense preferiu viajar quase 5 mil quilômetros só para poder ver Damon Albarn & Cia. mais de perto. “A gente pensou assim: aqui é um lugar para quatro mil pessoas, diferente de todos os outros lugares. Aqui não é estádio, então eu acho que a gente vai conseguir ver mais a banda. Eu tenho ficado traumatizada com os shows de São Paulo, porque eu tenho assistido mais do telão. Aqui a gente vai poder ver a banda, realmente”, avaliou Roberta.
A expectativa para o show, que vai ser o carro-chefe do Planeta Terra Festival, no próximo sábado, em São Paulo, era compartilhada também pelos fãs uruguaios e argentinos da banda. Dido, de 31 anos, já havia assistido o grupo em 1999, na Argentina, sua terra natal. Chalina, de 34, ainda não. “Estou esperando a mesma energia de sempre. Mas não vi set-list, prefiro não comparar as músicas com as de outro show. Estou na expectativa”, revelou o nosso hermano, horas antes da banda britânica subir no palco.
Mas, afinal, o que esperar do Blur no Brasil, já no próximo sábado? “Todas as fases são especiais por algum motivo. Eu gosto muito do ‘Blur’, que foi o disco que eu conheci primeiro, que me apaixonei primeiro”, revelou Roberta. Mas, obviamente, não será apenas isso. A banda virá ao nosso país para apresentar uma retrospectiva bem generosa de toda a sua carreira, com, pelo menos, uma música inédita. E se o set-list for como foi no Uruguai, o Blur tem tudo para proporcionar o show da vida dos seus fãs brasileiros também.
(Fotos: Rafael Rocha)