| Texto e fotos: Victor Sá |
Uma aula de história. Assim foi a passagem de Peter Hook & The Light por São Paulo na noite de lua cheia de 16 de junho, última quinta-feira. Homenageando o Joy Division, o baixista tocou todo o repertório do clássico Unknown Pleasures, primeiro álbum da banda, além de alguns hits do segundo, Closer.
Antes do show, rolou um minidocumentário sobre a cena musical de Manchester. Com trechos de filmes como 24h Party People e Control, o curta dava a dimensão da importância das ex-bandas de Hook, o Joy Division e o New Order. Mas nem precisava. Todos presentes já eram iniciados e ficaram entediados com os 30 minutos da introdução.
À 00h05min, Peter Hook subiu ao palco com sua banda. Empunhando um baixo, Hook fazia pose e pouco tocava, enquanto seu filho era o responsável, de fato, pelo som do instrumento. Além dos dois baixistas, o grupo contava com um ótimo guitarrista que parecia ter saído de Manchester, direto de 1979.
Hook como front man, obviamente, nem se aproxima de Ian Curtis, mas não faz feio. O som meio abafado do microfone soava grave, lembrando um pouco o timbre do lendário Curtis. As músicas, carregadas de intensidade, contavam parte fundamental da história do rock. É difícil achar uma banda que não tenha bebido dessa fonte. No bis, a dobradinha matadora de “Transmission” e “Love Will Tear us Apart” foi um dos pontos altos de uma apresentação sem surpresas, mas que justificou a relevância de uma das maiores bandas de todos os tempos.