Artista: Tame Impala
Álbum: Lonerism
Gravadora: Modular
_por Daniel Sanes
Britney Spears cantando Flaming Lips? Kevin Parker é maluco, e certamente fez essa analogia com intenção de provocar. Mas o que o líder do Tame Impala disse antes do lançamento do álbum não é de todo absurdo. Lonerism, o segundo disco do quarteto australiano, é psicodélico e pop. Ou algo parecido com isso.
Assim como em Innespeaker, de 2010, a banda mergulha fundo na lisergia sessentista. Só que, mesmo que a voz de Parker guarde uma semelhança incrível com a de John Lennon, especialmente com a utilização de ecos, desta vez a viagem é mais futurista do que nostálgica.
Em geral, as canções de Lonerism são um pouco arrastadas em comparação com as do primeiro álbum, mas essa desaceleração não trouxe prejuízos à banda. Pelo contrário: as melodias, belíssimas, ficaram ainda mais valorizadas. Como se nota em “Feels Like We Only Go Backwards”, uma espécie de britpop mais chapado, “Mind Mischief” e a redondinha “Apocalypse Dreams”, não à toa o primeiro single do disco. E é impossível não ficar pasmo com o que os caras conseguiram fazer em “Elephant” – algo como um Queens of the Stone Age com Lennon nos vocais, a música é tão pesada e imponente quanto o animal que lhe dá nome.
No teste do segundo álbum, o Tame Impala foi aprovado com todos os méritos. Wayne Coyne certamente há de concordar. E, dependendo do grau de chapação, até mesmo a Britney.
Avaliação: Ouça no talo
Pra quem gosta de: Deerhunter, John Lennon e Flaming Lips