Bandas que você não conhece mas deveria é a seção mais antiga da NOIZE. Desde 2007, ela se reinventa em diferentes formatos e continua sendo impressa a cada lançamento do NOIZE Record Club. Toda quinta-feira, vamos publicar uma indicação musical apresentada na revista. Nesta edição, Lau e Eu foi o indicado no BQVNC do Lado A da revista #130, que acompanha o vinil de “Habilidades Extraordinárias”, da Tulipa Ruiz.
Tateando novas sonoridades e perspectivas criativas desde sua estreia, Lau e Eu é o pseudônimo assinado pelo sergipano Lauckson José Santos Melo. Inicialmente, criado como uma banda, que contava com integrantes do grupo de rock Vivendo do Ócio, de Salvador, o projeto transformou-se em solo, no ano de 2016, quando Lauckson passou a residir em São Paulo e lançou “Estar Vivo é Bom” e “Perdizes”.
As duas faixas estão presentes no seu elogiado primeiro álbum de estúdio, Selma (2018), produzido por Léo Airplaine, Dieguito Reis e Guerra. No disco, é possível identificar uma paisagem mais eletrônica, através do uso de synths e beats. Já no projeto O Futuro Está Distante (2020), concebido durante a pandemia, o cantor, compositor e instrumentista expõe sons jazzísticos unidos por ambientações alucinantes, em um registro de nove faixas, contendo quase 20 minutos de duração.
Realizando participações em projetos de amigos, Lau e Eu se faz presente nas músicas “Sun and Soul”, de YMA, e “Aleluia”, de Pedro Bienemann. Em meio aos novos lançamentos de sua carreira, no primeiro e segundo semestre deste ano, estão as canções “Superestimadas”, parceria na companhia de Dieguito Reis, e “Ok, Legal”, ambas divulgadas pelo selo paulistano Matraca Records, além de produção assinada por Fernando Rischbieter. Neste fresco reinício, Lau e Eu abre espaço para músicas que irradiam o boogie, soul e o funk music, passando por uma nova linguagem, fugindo da melancolia, pensando em dias melhores, e bebendo nas discografias dos preciosos Marku Ribas e Marcos Valle.
Por onde começo? Pelas faixas mais recentes “Superestimadas” e “Ok, Legal”. Continue pelo disco Selma (2018), onde proponho o destaque para faixas como “Estar Vivo É Bom” e “Perdizes”. Dê sequência nas nove músicas, organizadas pela ordem do artista, presentes no último disco, O Futuro Está Distante (2020). No YouTube, não deixe de assistir o curta-metragem referente ao álbum mais recente, produzido por Gabriela Magalhães, e também as suas variadas interpretações de músicas como “Estate”, composição de Bruno Brighetti e Bruno Martino, que ficou conhecida pela voz de João Gilberto, e “Onde o Sol Bate se Firma”, de Luiz Melodia.
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Mood? Sereno e íntimo, Lau e Eu nos encaminha, na maioria das vezes, para momentos introspectivos e de contemplação. Em suas recentes divulgações, é nítido o quanto o artista ruma com mais prudência e animação, se exibindo versátil.
Como soa? Desfrutando de violão e guitarras, Lau e Eu desperta sensações brandas e ásperas, com questionamentos sobre as relações na sociedade atual e a exploração de temáticas cotidianas, que podem se encaixar em muitos momentos. Os synths são detalhes que satisfazem a audição.
Qual a vibe? Viagem de carro, passeio pelo campo e contato consigo mesmo. Escute atentamente e permita sentir as questões que o artista aborda, que passam pela delicadeza no imaginário e força no presente.
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