O vocalista do Cage the Elephant, Matt Shultz, falou com o site Consequence of Sound sobre o novo álbum da banda, “Melophobia”. Pelo visto, o processo de gravação do álbum não foi uma tarefa fácil para Shultz. “Eu sempre li de músicos que não suportavam a sua própria música ou o som de sua própria voz. Agora eu entendo isso.”
Shultz compara a gravação do disco à uma cirurgia que fez quando quebrou o nariz. Na época, o processo teve que ser feito sem anestesia, tornando-se uma dolorosa e angustiante experiência, assim como as composições de “Melophobia”.
O terceiro álbum da banda também foi produzido por Jay Joyce. Segundo Matt, trabalhar com o produtor foi complicado. Isso porque os dois já se conhecem há um tempo e são amigos, e isso dificultou a gravação para o vocalista. “Quando alguém te conhece, é difícil esconder. Além disso, entre amigos é difícil ser levado a sério.”
Na hora de escrever as canções, Shultz queria falar sobre coisas poéticas sem que as letras fossem poéticas. A saída que ele encontrou, em uma conversa com o amigo Tiger Marritt, vocalista do Morning Teleportation, foi pedir para que pessoas contassem sobre seu dia e escrever tudo o que elas falavam. Afinal, “Todos os dias as pessoas falam coisas que são poéticas”, comentou Matt.
As pessoas começaram a contar cada vez mais sobre sua vida e seus segredos para Matt. “As coisas ficaram muito profundas rapidamente.” A partir desse momento, o vocalista teve conciliar suas letras reflexivas e existenciais com os desejos dos outros integrantes, que queriam músicas com mais energia.
As faixas estavam com “buracos” que precisam ser preenchidos. Esses espaços foram completados por duas inspirações bem diferentes: David Bowie e traços da música eletrônica e do rock de garagem – com foco na atitude dos estilos. A eletrônica trouxe abrangência para o material e o rock de garagem garantiu arrogância às músicas.
Como o processo de gravação de “Melophobia” foi intenso e difícil, a cada verso pronto, a cada pequena vitória, a banda celebrava, provando que todo o estresse e as dificuldades apenas ajudaram eles a superar suas fraquezas como grupo. “Toda vez que fazemos um álbum é uma guerra para nós mesmos”, completou Matt Shultz.
O Cage the Elephant esteve no Lollapalooza Brasil no ano passado. Matt Shultz chegou a se jogar na plateia durante o show da banda.