Bandas que você não conhece mas deveria é a seção mais antiga da NOIZE. Desde 2007, ela se reinventa em diferentes formatos e continua sendo impressa a cada lançamento do NOIZE Record Club. Toda quinta-feira, vamos publicar uma indicação musical apresentada na revista. Nesta edição, Diogo Acosta foi o indicado no BQVNC do Lado A da revista #132, que acompanha o vinil de “Meu Coco”, de Caetano Veloso.
Diogo Acosta exibe versatilidade no seu estilo diferenciado de transitar por linguagens sonoras. Multi-instrumentista de sopros, o artista começou a tocar flauta doce com apenas três anos de idade. Compositor e arranjador, Acosta possui, em sua bagagem profissional, turnês nacionais e internacionais com Egberto Gismonti, além de já ter trabalhado ao lado de artistas como Ivan Lins e Geraldo Azevedo. Também participou dos festivais MIMO, Back2Black e BMW Jazz Festival e igualmente foi indicado ao Prêmio da Música Brasileira em 2016 com o grupo Novíssimos, na categoria melhor grupo de MPB.
O músico carioca é idealizador do projeto Orquestra de Corpo e Som em Vento, onde mais de 13 artistas, entre bailarinos e musicistas, tem como proposta simbolizar em gesto o som de uma orquestra de sopros, criando uma música que ganha corpo e movimento – como uma dança que toca e uma música que dança.
No ano passado, ele fez sua estreia solo com o álbum Passagem (2022), com participações de Eduardo Neves, Juliana Linhares, Ilessi, Gabriel Grossi, Dudu Oliveira, Marcelo Cebukin, Mariana Jascalevich, Carlos Malta e outros.
Por onde começo? Pelo clipe da música título “Passagem” no Youtube. O trabalho contou com impecável direção de fotografia de Paulo Velozo, fotógrafo duas vezes indicado ao Emmy, e direção do próprio Acosta. Nas plataformas de streaming, indico começar pelas faixas “Pai”, “Cosmo e Damião”, “Do Que Virei sem Ti” e “Passagem”, presentes no disco divulgado em agosto de 2022.
Mood? Trazendo a travessia como significado do seu primeiro disco, dando abertura para múltiplas interpretações para o ouvinte, o carioca ilustra a poesia e o afeto, levando a coragem de um álbum sem fronteiras.
Como soa? Possui uma estética própria e pouco explorada na MPB, de canções feitas somente por instrumentos de sopro, voz e percussão, sem instrumentos como violão ou baixo. Mesclando faixas instrumentais e canções, a sonoridade adentra o universo da nova MPB e do jazz brasileiro, sob influência dos mestres Moacir Santos, Letieres Leite e Milton Nascimento.
Qual a vibe? Do tipo de música que se ouve com todo o corpo, nos levando a imaginar inúmeras paisagens. Sem refrão, elementos eletrônicos, ou qualquer desenho mais pop, Acosta atrai o ouvinte com um som em seu estado mais puro, sem preocupações com exigências comerciais.
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