Ressignificar processos e digerir os sentimentos contraditórios que emanam de um fim. Foram essas as principais vivências que nortearam a criação de Inteiro Metade, o álbum de estreia solo do cantor, compositor e produtor musical Tagua Tagua.
Após o lançamento dos singles “4AM”, “Mesmo Lugar” e da faixa-título, o disco completo do projeto de Felipe Puperi será lançado no dia 16 de outubro. No Brasil, o disco sai pelo Natura Musical; já na Espanha, chega em parceria com o selo Costa Futuro; além disso, está previsto um lançamento nos Estados Unidos.
Como o músico conta no papo que você lê abaixo, esse álbum é “sobre o processo de ressignificação de uma relação” e a dimensão visual do trabalho dialoga justamente com isso. Abaixo, Tagua Tagua revela a capa do disco, que traz uma arte de João Lauro Fonte:
– Essa arte representa bem o que o disco traz nas letras, sobre nuances e diferentes estágios do sentimento de ressignificar alguém muito importante na vida. Aquela expectativa de se liberar pro novo, sentir euforia misturada com tristeza, com saudade, com esperança e um certo medo do desconhecido. A arte é essa junção de sentimentos muito bem retratada de forma subjetiva, com a ajuda de símbolos e cores. Quando vi a primeira vez achei perfeitamente adequada ao que o disco me transmite e o entendimento que tenho sobre ele. É alegre, tem algo pop que dialoga com várias linguagens, mas também tem uma simplicidade complexa, muitas texturas, camadas e um lado um pouco mais denso” – explica o músico.
Lembrando que todo fim é um novo começo, o , Tagua Tagua prepara-se para uma nova etapa. Mesmo com as incertezas que 2020 desenhou para todos nós, há boas perspectivas no horizonte de Inteiro Metade, como o artista comenta nesta conversa abaixo.
Que sentimentos lhe inspiraram no processo de composição do disco?
O disco todo fala sobre o processo de ressignificação de uma relação, é um pouco sobre aprender a encontrar novos espaços pra uma mesma pessoa dentro da nossa vida. Eu tentei trazer esse assunto de uma forma mais pessoal, a minha visão desse processo. Acredito ser muito difícil passar por isso sem ser inteiro num dia e metade no outro, tem toda uma mistura de sentimentos e sensações que definem essa jornada. Vai da euforia, libertação, curiosidade, até tristeza, saudade e solidão.
Que diferenças percebe entre esse trabalho e os lançamentos anteriores?
Tem bastante diferença, pois eu andava escrevendo mais sobre questões existenciais e ainda encontrando a forma que queria que a música tivesse. Fiquei todo esse tempo lançando singles e EPs passeando por vários universos sonoros e, quando veio o momento de compor o disco, eu já sabia bastante como queria que ele soasse, as nuances todas, diferença de climas entre as musicas e tudo mais.
O álbum sairá simultaneamente no Brasil, EUA e Espanha, como está sendo pensado esse lançamento internacional?
Todo esse movimento internacional aconteceu meio que naturalmente, não é algo que eu super vislumbrei. O primeiro movimento foi com o single “Peixe Voador”, no ano passado, que entrou na lista das músicas do jogo FIFA20 e abriu algumas portas legais. Daí eu fiz uma parceria com o selo Costa Futuro, de Barcelona, e estamos lançando juntos na Europa. Nos EUA as coisas foram diferentes, montamos uma equipe de forma independente, com vários braços. A ideia é lançar em todos esses territórios pra depois conseguir ir lá fazer turnês e apresentar o disco.
Como esse ano de 2020 interferiu no lançamento do disco e quais são os planos para o futuro?
Sabemos que 2020 interferiu no mundo inteiro. O disco foi totalmente afetado com essa historia da pandemia, pois estava pronto e planejado pra ser lançado em Abril. Já tínhamos uns 10/12 shows agendados pelo Brasil todo e tivemos que cancelar tudo. Isso foi frustrante num primeiro momento, porém, depois, com calma, replanejamos e conseguimos abrir algumas portas legais que não teriam sido possíveis sem esse adiamento. Agora é acreditar que 2021 vai nos possibilitar maiores movimentos, minha ideia é conseguir levar o show desse disco pra todos os cantos possíveis. Já temos planos de turnês na Europa e EUA pelo meio do ano que vem, mas aqui no Brasil ainda sem ideia de nada. Torcendo pra que a gente veja alguma uma luz no fim do túnel em breve.