The Mönic: “É necessário ter mais mulheres nos line-ups”

05/09/2024

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Thuanny Judes

Por: Thuanny Judes

Fotos: Divulgação/ Mariana Ayumi e Anne Godone

05/09/2024

O palco Supernova, que fez seu nome nas edições de 2019 e 2022 do Rock In Rio, seguirá trazendo destaques do pop, do rap e do rock brasileiro na edição de 40 anos do festival. Entre as atrações deste ano, a banda The Mönic faz sua estreia na programação e promete entregar um show enérgico, mas com os pés bem fincados no chão.

O quarteto paulista, formado por Dani Buarque, Alessandra Labelle, Joan Bedin e Thiago Coiote, se apresenta no dia 15 de setembro e convida a banda Eskrota para uma participação especial. O line-up do dia conta com Dead Fish, Crypta e Black Pantera, nomes de peso do rock brasileiro atual.

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Com uma sonoridade cheia de referências do rock alternativo, a banda está na estrada desde 2017 e possui dois álbuns e mais de 15 singles nas plataformas digitais. Em julho, a banda lançou a versão deluxe de Cuidado Você, disco que teve sua primeira versão disponibilizada em 2023. Logo depois, em agosto, lançaram o clipe de “Nocaute”, faixa presente na versão especial do álbum.

Além do Rock In Rio, The Mönic se apresenta no Knotfest em 20 de outubro, também ao lado da Eskrota. “Ter outra banda com mulheres que a gente acha foda, que a gente admira do nosso lado, somando nessa noite, só dá mais força pra essa ideia que a gente carrega de ter mais mulheres nos line-ups, ter mais mulheres na cena no geral”, conta a vocalista e guitarrista Dani Buarque.

Para fortalecer a presença feminina na cena, a banda criou a Não Tem Banda Com Mina, festa que já tem mais de 10 edições e que se tornou itinerante, passando por algumas cidades do Brasil nos últimos anos. O movimento reúne outras bandas com mulheres para celebrar e firmar ainda mais o protagonismo feminino no rock.

Leia um bate-papo com Dani Buarque a seguir:

Quais são as expectativas para a estreia no Rock In Rio?

Acho que todo mundo que tem banda, um dos sonhos é tocar no Rock in Rio. É a edição especial de 40 anos, então, a felicidade é absoluta. Tentando pegar os pezinhos, colocar no presente, fazer todo o planejamento, mas não deixar a ansiedade engolir. Fazer o nosso trampo com pé no chão. Tocar num festival desse tamanho, desse porte, vai ser um marco da nossa carreira, é muito importante, mas não é só ir lá, tocar e ter o nome do flyer que vai mudar para sempre a sua vida. Tem todo o trabalho que vem antes, durante e depois. É importante manter o pé no chão e a concentração para continuar trampando, continuar planejando, trabalhando duro, que as coisas não acontecem num passe de mágica. Assim como não foi um passe de mágica que a The Mönic foi selecionada para tocar no palco, também não vai ser em um passe de mágica que tudo vai mudar depois de um festival gigante como esse.

Vocês dividem o line up do Supernova com nomes de peso: Dead Fish, Crypta e Black Pantera. Vocês têm relação com essas bandas?

Temos, sim! O Black Pantera entrou um pouquinho antes da gente na Deck, e foram produzidos pelo Rafael Ramos, que também é o produtor do nosso disco. Sempre foi um sonho trampar com o Rafa, acho ele o maior produtor do Brasil, era uma meta a ter o disco produzido por ele. O Black Pantera entrou na mesma época. Somos superamigos, super próximos e acho a banda é incrível, não só ideologicamente falando, mas os caras entregam tudo no som também e são pessoas maravilhosas, então temos essa relação bem próxima com eles.

O Dead Fish também teve história com a Deck e com o Rafael. A gente foi no podcast do Rodrigo Lima e foi muito massa, deu uma boa visibilidade pra gente, ele falou muito bem do disco. Essa semana mesmo a gente fez uma tour no Sul, e teve um garoto que estava cantando todas as músicas muito na frente do palco. Depois eu perguntei pra ele como que ele tinha conhecido a banda e ele falou que foi nesse podcast, porque o Rodrigo falou muito bem e ele ficou curioso e foi lá ouvir por causa da indicação.

E a Crypta, pô! Muito fã. A Fernanda Lira tocou com a gente, ela fez uma participação no nosso show mês passado no Sesc Presidente Prudente. Eu já era muito fã dela, a banda toda é muito fã da Crypta. E não é a maior banda de mina do Brasil; é uma das maiores bandas de heavy metal do mundo, né? Acho até indelicado a gente enquadrar nesse lance de banda de mina, elas são uma das maiores bandas do mundo, no geral. Não tem esse encaixe aí no gênero, elas são foda. E a Eskrota, que vai tocar com a gente, também é. Então, estamos felizes demais! Que timaço!

O que estão preparando para a apresentação?

O tempo de palco é muito curto, então a gente está tentando pensar num show otimizado, que a gente consiga chamar a Eskrota pra tocar as músicas delas e que a gente também toque as nossas com participação delas. Então, tudo que posso dizer é que vai rolar um bem bolado aí. [risos]

Para além do Rock In Rio, vocês também participam do Knotfest. Como rolou esse convite?

A oportunidade do Knotfest surgiu junto do Rock In Rio. A gente estava “pô, se rolar, qualquer um dos dois vai ser incrível, e se rolar os dois vai ser surreal”, e foi exatamente o que aconteceu! [risos] A Eskrota também chega pra somar nesse. O Knockfest tende a ser mais pesado, o festival tem um line-up mais pesado, então provavelmente vai ser um show um pouquinho diferente do Rock in Rio.

Qual a importância de trazer a Eskrota nos dois shows?

A participação da Eskrota diz muito sobre a ideia que a gente traz na Não Tem Banda Com Mina. A gente sempre prega que é muito melhor quando tem elas do nosso lado, quando tem mais mulher ocupando o palco. E a gente conseguiu ter isso nesses dois grandes festivais, dois grandes marcos na nossa carreira. Então ter outra banda com mulheres que a gente acha foda só dá mais força pra a ideia que a gente carrega, de que é necessário ter mais mulheres nos line-ups, ter mais mulheres na cena no geral.

Como você enxerga os avanços dessa discussão?

Quando eu não tinha banda e frequentava esses espaços no underground, eu nunca deixei de apoiar a banda com homens, mas eu sempre senti muita falta de ver mulher, sempre me questionei e me perguntei onde elas estavam. E, agora, poder usufruir desses espaços, ganhando mais atenção e trazer junto as minas, eu diria que é a melhor parte de tudo, porque bate diferente. Quando as minas estão juntas, bate diferente.

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