Entre novembro de 1971 e janeiro de 1973, aconteceu um dos maiores episódios da imprensa contracultural do Brasil, a primeira versão brasileira da revista Rolling Stone.
Naquela época, quando Hendrix, Joplin e Morrison haviam acabado de morrer e os Beatles haviam a recém se separado, a publicação norte-americana possuía uma relevância absurda tanto nos Estados Unidos quanto no resto do mundo. No Brasil, em meio à ditadura, a cultura alternativa também efervescia. Rita Lee estava saindo d’Os Mutantes, a tropicália dava seus frutos com o grande sucesso d’Os Novos Baianos, Caetano e Gil voltavam do exílio…
Tudo isso foi documentado nas páginas dessa experiência de jornalismo musical alternativo que foi editada por Luiz Carlos Maciel, célebre por ter participado dos primeiros tempos do jornal O Pasquim.
O número zero da revista foi distribuído de graça no Rio de Janeiro trazendo Gal Costa na capa e o destaque à música brasileira se manteve durante os 14 meses de vida da publicação. Jorge Ben, Baden Powell, Hermeto Pascoal, Tom Jobim, todos eles foram alvo das entrevistas e reportagens da revista que, infelizmente, durou pouco. A Rolling Stone dos Estados Unidos cobrava royalties da versão brasileira que, por sua vez, não conseguia dar conta da dívida. Rapidamente, essa fatura foi aumentando até o ponto em que o veículo, que funcionava no Rio de Janeiro, não teve escolha a não ser fechar suas portas. Inclusive, os últimos três números da revista saíram sem autorização da sede dos EUA e com o subtítulo “PIRATA” escrito abaixo do logotipo.
As 36 edições publicadas se tornaram raridades bastante difíceis de serem achadas por aí. Recentemente, o pesquisador Cristiano Grimaldi publicou o site Pedra Rolante, que traz pela primeira vez ao público todo esse acervo digitalizado de graça.
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