Dia 1º de julho é dia de celebrar o nascimento de Alceu Valença! Nascido no ano de 1946, em Pernambuco, Alceu é um dos nomes obrigatórios da música brasileira. Entre os vários legados de sua obra, está a incorporação de sonoridades que reverenciam as manifestações artísticas nordestinas, sobretudo pernambucanas. Para festejar sua trajetória, reunimos cinco fatos sobre o artista. Solte o play e confira na sequência – ao final, você encontra ainda uma lista bônus!
1. Alceu é a celebração do sertão com o litoral
As andanças de Valença pelo Brasil e pelo mundo começam muito antes das temporadas em turnês. Seus deslocamentos primários, ainda por Pernambuco, que configuram seu DNA artístico. Os primeiros fundamentos foram ainda em São Bento do Una, sua cidade natal, situada nos limites entre o agreste e o sertão. Já na infância, ele pôde testemunhar e ser influenciado pelos trabalhos de cantadores feira, além de grandes nomes da música e representantes da região, como Marinês, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Habitavam essa paisagem sonora o canto de aboiadores, os emboladores, os violeiros, os cordelistas, e ritmos como baião, xote, toadas e rojões. Porém, já aos sete anos, ele se muda com a família para a Recife. Dos novos ares litorâneos, surge a conexão com a cultura da zona mata e seus canaviais através dos blocos de frevo, grupos de ciranda e de maracatu. A obra de Alceu nunca deixou de se orientar por essa mistura.
2. Harvard e Panteras Negras: A temporada de Alceu nos EUA
Antes de dedicar-se exclusivamente à música, Alceu Valença cursou a faculdade de Direito em Recife. Por volta de 1965, se deparou com um concurso promovido pela associação americana, oferecendo um curso de três meses na Universidade de Harvard. Alceu, mesmo sem grandes pretensões, se inscreveu, e acabou sendo aprovado. Na temporada acadêmica, aproximou-se de estudantes engajados politicamente, e chegou a parar em uma reunião do icônico grupo dos Panteras Negras, em Boston. A música seguiu como companheira, e Alceu começou a cantar seu repertórios de musicas brasileiras de origem nordestina em praças. Além dos hippies locais, as performances chamaram atenção até mesmo d um jornal local, que chegou a entrevistá-lo.
3. A História de “La Belle de Jour”
Entre as diversas canções suas que se tornaram clássicos brasileiros, uma das mais populares é “La Belle de Jour”, lançada no álbum Sete Desejos (1997). Entretanto, o que não é tão popular é a confusão por trás de seu título. De acordo com o site oficial do cantor, a canção é uma homenagem à atriz britânica Jacqueline Bisset. Porém, Alceu deu à canção o nome de um filme do diretor espanhol Luis Buñuel que tem no papel protagonista outra atriz: a francesa Catherine Deneuve.
4. Alceu, o poeta
A conexão com a poesia vem de família, através do avô, Orestes Alces Valença, que era poeta. Os versos de Alceu quiserem transbordar os limites da música e da canção e, em 2015, o artista lançou seu livro de poesias: O Poeta da Madrugada.
5. Alceu e o cinema
Em 1974, Valença atuou no longa A Noite do Espantalho, com direção de Sérgio Ricardo. No ano de 2014, ele escreve, dirige o longa A Luneta do Tempo, no qual também atua. O filme saiu vencedor da categoria “Melhor Trilha Musical” no Festival de Gramado do mesmo ano.
Lista Bônus
Em entrevista publicada pelo El País em maio deste ano, Alceu comentou sobre uma de suas canções que ganhou fôlego com as gerações mais jovens: “Anunciação”, de Anjo Avesso (1983). Ele resume o fenômeno da seguinte forma: “Do nada, a internet descobriu uma música dos anos setenta e foi esse pipoco!”. A redescoberta gerou diversas versões; listamos cinco delas para você ouvir- nem que seja pela curiosidade. Confira:
Com Orquestra
Em Libras
Remix de pista
Lo-Fi
Infantil