#BRGMOTAEntrevista | Boogarins responde Wannabe Jalva

08/04/2015

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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08/04/2015

No dia 29 de abril, Thiago Pethit, Boogarins e Wannabe Jalva vão estrear o BRGMOTA NIGHTS, e a NOIZE, uma das apoiadoras do evento, pediu para que eles fizessem perguntas uns aos outros. Aqui a gente divulga o papo da Wannabe Jalva com o Boogarins.

O primeiro disco dos entrevistados, gravado quando a banda ainda era uma dupla, foi o suficiente pra ganharem reconhecimento nacional e internacional. Logo, As Plantas Que Curam (2013) estava sendo lançado na gringa pelo selo Other Music Recording. Em 2015, o plano é o segundo álbum, com o grupo completo. De Goiânia, eles trazem seu som solto, experimental e cheio de estética.

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Outra banda que também tem seu nome conhecido no exterior é a Wannabe Jalva, veja abaixo as respostas que eles receberam do Boogarins:

Wannabe Jalva – Ao encontrar o Júpiter Maçã pela primeira vez, qual vai ser a primeira pergunta?

Boogarins – Porra, eu já fiz um show junto com o Júpiter quando eu tinha outra banda, mas eu sou meio menino do mato e fiquei meio com medo de incomodar o cara tietando ele, mas troquei uma ideiazinha com o Julio Cascaes que pra mim é outro gênio. Hoje em dia talvez ia perguntar se ele tava afim de pitar unzin na casa do Mr. Frog.

WJ – A maior treta na estrada USA. Nós sabemos que elas existem.

B – Bicho num teve grandes treta não, o pessoal da imigração de Brasília tem um pôster do Boogarins dentro do escritório. Já dentro dos EUA, nosso visto é para trabalhar com serviço doméstico, construção civil, teste de drogas nocivas e aplicação do tempo livre em música (acho que todo mundo que tentar entrar lá devia escolher essa opção).

WJ – Como é tocar rock psicodélico em português lá fora, os gringos recebem isso de uma forma legal? Eles conhecem Mutantes e nosso passado psicodélico ou é tudo muito novo mesmo?

B – Eles curtem a porra toda, a gente mexe com uns ritmos de pulsação forte e tudo é bem pirado então não era difícil passar a nossa onda pra quem fosse assistir o show e muitas vezes apareciam uns caras que sacavam vários sons brasileiros ou que gostavam de músicas de outros países, por exemplo o Dungen (que é da Suécia, e definitivamente não se entende nada que o feroz lá canta). Apesar de trocar uma ideia em inglês de boa eu não entendo nada quando vejo show de uma banda cantando em inglês, só depois, lendo as letras de alguma música da melodia legal ou com um refrão bem claro. Então sei lá, pra mim é mais jogo entender o que eu quiser numa música do que pegar o lance embalado em alguma coisa. Lembrei agora de uma mulher em Nova York que achou que cada música do disco tinha nome de flor.

WJ – Boogarins ao meu ver é uma banda que se permite criar e recriar musica. É visível que há uma preocupação estética – como há em qualquer trabalho artístico -, mas por outro lado percebe-se também um desprendimento em torno de formatos e do que o mercado fonográfico costuma exigir. Vocês enxergam um disco como uma peça única? O que significa compôr um disco pra vocês?

B – Complicado isso, eu consigo lembrar de vários com um significado pra mim, mas é difícil pensar nisso quando você é que tá fazendo um disco. O maior lance talvez seja gostar das músicas que estão lá e também é legal quando tem uma amarra maior que prenda todas as canções numa onda só. Mas às vezes sem isso também é bacana. Enfim, acho que até hoje só fiz disco sem levar nada a sério, talvez um pouquinho mais nesse outro que a gente tá terminando, mas definitivamente não consigo dar clareza nesse significado, nem no significado “fazer música” também. Sei lá, se fosse tudo muito certo ia perder pelo menos metade da graça.

WJ – Vejo que a banda tem um reconhecimento grande por parte de público e crítica. Isso pesa na hora de compôr novos materiais? Vocês se permitem criar e experimentar coisas novas, novos instrumentos, novos timbres, ou há um certo peso de continuar sendo aquele Boogarins que tanta gente já gostou e reconhece?

B – Tem um peso da gente continuar gostando do som, acho que a grande onda da banda é primeiro conseguir conciliar gostos e ideias das cabeças diferentes que compõe o lance. Meio que se resolver dentro da banda. Esse talvez seria o grande peso, essa coisa de cruzar ideias e ter um resultado que agrade todos que fazem parte daquilo. Nossas experimentações até o momento foram sempre norteadas pela necessidade do momento, resolvidas ali mesmo com o que a gente tinha na hora que bateu a ânsia de fritar alguma parte da música. Nunca teve um “Chama o fulano pra tocar um sitar, chama o Carlinho do batuque pra dar um charme afro na música”. Acho que é mais esse peso de continuar satisfeito com aquilo que está fazendo, e disso vem a busca por novos timbres, instrumentos e tudo mais. Esse lance de ficar gastando cabeça e som, pensando de mais nos outros é igual fazer festa de bebê ou baile de quinze anos.

BRGMOTA NIGHTS – Boogarins, Thiago Pethit, Wannabe Jalva
Quando? 29 de abril
Onde? Opinião (Rua José do Patrocínio, 834. Porto Alegre/RS)
Que horas? Boogarins (22h), Wannabe Jalva (23h15), Thiago Pethit (0h30)
Quanto? R$ 35 (1º lote), R$ 40 (2º lote)

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08/04/2015

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