11 de setembro em acordes

11/09/2014

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Por: Revista NOIZE

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11/09/2014

É difícil lembrar de uma data recente que tenha entrado no imaginário mundial de um modo tão profundo quanto o 11 de setembro. Aproveitamos o dia de hoje para lembrar de como a música se relaciona com três eventos que aconteceram nesse mesmo ponto do calendário.

11/9/2001 – Nova Iorque, Estados Unidos

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O episódio que ficou conhecido como o maior atentado terrorista da história já virou tema de documentários que questionam e que apoiam essa tese oficial, de romances literários que utilizam o evento como plano de fundo para suas narrativas e, é claro, também serviu de inspiração para vários músicos dos mais variados gêneros. Separamos aqui algumas das melhores faixas compostas a partir do ataque ao World Trade Center.

11/9/1973 – Santiago, Chile

A história do Chile também mudou completamente em um 11 de setembro. Três anos já haviam se passado desde que o presidente Salvador Allende estava no poder e a tensão contra seu posicionamento esquerdista crescia sem parar até que o Exército Chileno bombardeou o palácio presidencial dando um golpe de Estado que colocaria o governo nas mãos do ditador Augusto Pinochet. Allende morreu nesse dia e até hoje há controvérsia se ele teria se matado ou teria sido assassinado, mas, entre os músicos, a vítima mais famosa foi o cantor Víctor Jara. Preso logo após o golpe militar, Jara foi levado ao Estádio Chile (chamado hoje de Estádio Víctor Jara) e lá passou alguns dias preso sendo torturado. Sabe-se que, além de ter sido espancado e de ter o corpo coberto por queimaduras com cigarro, Jara teve sua língua e os dedos cortados antes de ser finalmente assassinado pelos militares cinco dias após o golpe militar de 11 de setembro. Aqui está o primeiro disco gravado pelo cantor, em 1966:

Ironicamente, a ditadura de Pinochet mantinha a prática de usar músicas em um volume altíssimo para abafar o som das torturas que aconteciam nos seus mais de mil centros de detenção. Segundo a pesquisa de Katia Chornik, professora da Universidade de Manchester, canções que faziam sucesso na época, como “My Sweet Lord”, de George Harrison, e “Eu quero apenas”, de Roberto Carlos, eram algumas das favoritas entre os torturadores de Pinochet.

11/9/1987 – Kingston, Jamaica

Fechando a série de tragédias, foi também em um 11 de setembro que o gigante do reggae Peter Tosh morreu assassinado. Fundador do The Wailers junto com Bob Marley, Tosh tinha uma carreira solo consolidada desde o lançamento do seu primeiro disco Legalize It (1976). Apesar do sucesso mundial, o cantor foi perseguido por causa de suas posições políticas. No fim dos anos 70, ele foi preso por porte de maconha e espancado pela polícia. Nessa mesma época, Tosh se recusou a fazer um show marcado em Israel porque o país vendia armas ao regime do Apartheid na África do Sul, o que lhe causou um prejuízo de US$ 78.000. Em 1987, ele havia a recém voltado a morar na capital da Jamaica quando bateu na sua casa um grupo liderado por Dennis ‘Leppo’ Lobban, um rapaz que Tosh conhecia há muitos anos. Esse bando estava armado e havia ido lá exigir que o músico lhe desse dinheiro, mas, como ele disse que não tinha nada na casa, eles o mataram. A ação terminou em um grande tiroteio onde várias pessoas foram feridas e outra morreu. Em homenagem a Tosh, nada melhor que ouvir a faixa “Wanted Dread and Alive”, que tem os proféticos versos “Said I’m wanted dread & alive, nowhere to hide”:

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11/09/2014

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