5 discos de artistas da cena pernambucana lançados pelo Noize Record Club

11/10/2023

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Reprodução

11/10/2023

Os artistas pernambucanos fazem parte da história do Noize Record Club: Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos (2009), do Otto, foi o quarto lançamento do clube, em 2014. Hoje em dia, o vinil é raro e caro no mercado de discos usados. A estreia da Duda Beat, Sinto Muito (2018), ganhou reprensagem tamanha a demanda dos fãs. E Olho de Peixe (1993), clássico de Lenine e Suzano, foi lançado em vinil pela primeira vez.

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1. Olho de Peixe (1993) – Lenine e Suzano  

Em Olho de Peixe, a voz e o violão suingados do pernambucano Lenine, somados à percussão orquestral do carioca Suzano, apontam novos caminhos para a música brasileira. “Nosso encontro nos levou a descobrir uma linguagem própria de expressão. Suzano harmonizando com a percussão e eu repercutindo o violão”, comenta Lenine. Além da dupla, a formação se completa com Carlos Malta tocando saxofone, Paulo Muylaert, guitarra, e Fernando Moura, teclados. O álbum é o segundo disco de Lenine, o primeiro de Suzano, e a sua gravação foi feita de forma independente. Coproduzido pela dupla e pelo engenheiro de áudio Denilson Campos, o disco saiu pelo selo Velas, lançado originalmente apenas em CD.

As composições de Lenine, em parceria com Lula QueirogaPaulo César PinheiroBráulio Tavares, Dudu Falcão e Ivan Santos, passeiam por influências de ritmos regionais do Nordeste, como o maracatu, o baião e a ciranda, e estrangeiros, como o rock e o soul. Olho de Peixe é um disco de síntese, em que Suzano e Lenine processam uma grande soma de elementos distintos, criando uma sonoridade única. No encontro de Pernambuco com o Rio de Janeiro, a música brasileira explode em versos marcantes, conduzidos pelo violão, pandeiro, reco-reco, tantã, moringa, ganzá e triângulo.

2. Sinto Muito (2018) – Duda Beat 

Produzido por Tomás Tróia e coproduzido por Lux FerreiraSinto Muito traz uma sonoridade sintética que une referências do reggae, da música nordestina, do brega, do trap, da música pop e do eletrônico. O leque amplo de sons que Duda Beat abraça é o motivo pelo qual sua carreira não se restringe ao cenário alternativo, a própria diva Ivete Sangalo já lhe convidou para dividir o palco com ela em um show em Recife.  

– Pop, pra mim, é você dialogar com diversos nichos, é falar com classe A, B, C, D, E e F, é falar coisas óbvias de um modo simples, é falar com várias pessoas. Por mais que eu tenha vindo do cenário indie, a minha música é pop. No meu disco você vê reggae, brega, música latina, dub, trap… Minhas letras são fáceis. Meu linguajar é pop – explica Duda.

3. Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos (2009) – Otto 

Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos é o resultado da união de uma constelação de artistas. A cantora mexicana Julieta Venegas, Céu, Pupilo e Dengue (Nação Zumbi), Fernando Catatau (Cidadão Instigado), Lirinha (Cordel do Fogo Encantado) e Rica Amabis (Instituto) estão presentes nele. Já a produção ficou a cargo do próprio Otto e do Pupilo.

Música eletrônica (“Meu Mundo”), candomblé (“Janaína”), cúmbia psicodélica (“Saudade”), samba-canção (“Naquela Mesa”) e pop latino (“Filha”) são os principais ingredientes das faixas desse disco romântico, dançante e doído, que une com perfeição a melancolia ao êxtase.

4. Orquestra Frevo do Mundo – Vol.1 (2020) – Orquestra Frevo do Mundo

A orquestra presente no disco reúne um time de alto escalão: Caetano Veloso, Céu, Duda Beat, Otto, Tulipa Ruiz, Siba, Arnaldo Antunes, Beto Barreto, Almério e Henrique Albino. O maestro responsável pela regência sonora é o Pupillo, músico, produtor e ex-baterista da Nação Zumbi. Ele explica que o álbum celebra o universo do frevo em diálogo com outras estéticas musicais, sem deixar de reverenciar suas correntes pernambucanas e baianas. 

As faixas articulam o clássico com o contemporâneo: há releituras para “Bloco do Prazer”, de Moraes Moreira, “A Filha da Chiquita Bacana”, de Caetano, “Ela é Tarja Preta”, de Arnaldo Antunes, e “Frevo Mulher”, de Zé Ramalho. Entre beats e arranjos de sopro de mestres como Maestro Duda, Roque Netto Nilsinho Amarante, o disco desloca o frevo do seu espaço tradicional e lhe presta homenagens criando pontes com outras expressões sonoras.

5. Desmanche (2019) – Karina Buhr 

Cantora, percussionista, atriz, ilustradora, poeta, performer, Karina Buhr é acima de tudo uma figura decisiva no cenário musical brasileiro e não é de hoje. Mesmo sendo soteropolitana, a sua trajetória está ligada a Recife dos anos 1990: em paralelo à efervescência do movimento manguebeat, Karina ingressava nos maracatus Estrela Brilhante e Piaba de Ouro tornando-se uma das primeiras mulheres a tocar percussão nos maracatus pernambucanos. 

Além de ter colaborado com muitos (como Mestre Ambrósio, Marina Lima e Anelis Assumpção só pra citar alguns) e de ter participado da fundação do grupo Comadre Fulozinha (que gravou três álbuns), Karina possui uma sólida carreira solo. Desmanche é um disco intenso que consolida sua discografia ao mesmo tempo em que traz rupturas.  Gravado em apenas quatro dias e lançado como um grito, é o seu primeiro trabalho solo que não traz bateria, apenas percussão e beats eletrônicos.

– A ideia foi trazer pra frente a percussão porque é o meu instrumento, todas músicas que faço sempre são em percussão e voz. Só que, nos discos, eu tirava isso. E nesse eu falei: “Não, eu quero levar isso até o final, eu quero ter isso aqui” – diz Karina Buhr.

Conteúdo produzido em parceria com Audio Porto, Fábrica do Futuro e AIMEC.

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11/10/2023

Revista NOIZE

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