Retrospectiva 2023 | Como foi o ano do Noize Record Club

19/12/2023

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Divulgação

19/12/2023

Um ano e tanto no Noize Record Club! Ao longo de 2023, apresentamos clássicos e novidades para quem é apaixonado por vinil e música. Qual foi o seu lançamento preferido?

Janeiro: “Sal” – Anelis Assumpção 

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Quarto álbum da artista, Sal é uma obra viva e pulsante, urbana e orgânica, que basta ser tocada para emanar sabores e aromas inebriantes. “Esse álbum foi feito por mim, são as minhas composições e a minha identidade, que, de alguma forma, vai se costurando desde primeiro ao último álbum. Ao último não, ao quarto”, diz Anelis Assumpção. Ainda que conte com a direção geral da própria Anelis, ela não anda só, muito pelo contrário: a paulistana convidou um grande elenco para participar de cada uma das faixas. 

Fevereiro:”Sandra Sá (1982)” – Sandra Sá 

Sandra Sá (1982) marca uma época da nossa cultura. A influência da black music norte-americana e a efervescência dos bailes black cariocas da virada da década de 1970 para 80 estão registradas nesta obra única. O R&B, o soul, o funk e a disco music chegam em uma transa irresistível com a MPB, “Música Preta Brasileira”, conforme o termo cunhado por Sandra alguns anos depois.

Março: “Meu Esquema” – Rachel Reis 

Com 25 anos, a cantora e compositora, nascida em Feira de Santana, já tem muito o que celebrar. Rachel esteve no line-up de festivais como CoalaMeca MITA, foi indicada ao Prêmio Multishow, ao WME Awards e ganhou o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, na categoria Artista Revelação. Produzido majoritariamente por Barro e Guilherme AssisMeu Esquema também possui três faixas assinadas por Cuper e Bruno Zambelli, produtores de “Maresia”, single que  ajudar a projetar a artista nacionalmente em 2021. O primeiro álbum completo de Raquel Reis conta ainda com a participação (e a benção) de Céu, em “Brasa”

Abril: “Nightingale” – Gilberto Gil 

Gilberto Gil é um dos maiores representantes da música brasileira no exterior e Nightingale teve papel decisivo para que suas canções se espalhassem pelo mundo. “Foi um disco que abriu portas. É um álbum interessante, com muitas canções em inglês. Foi um disco importante na minha carreira”, relembra Gilberto Gil em conversa com a NOIZE. Produzido por Sergio Mendes, o álbum une faixas em português a versões em inglês de grandes composições da época, como “Here and Now” (“Aqui e Agora”) e “Nightingale” (“Rouxinol”). “Maracatu Atômico”, “Balafon” e “Sarará” (“Sarará Miolo”), são algumas das faixas em português. Já “Ella” (“Ela”) mistura os dois idiomas. E, além de trazer músicas célebres da trilogia Refazenda (1975)Refavela (1977) e Realce (1979), Nightingale conta ainda com as inéditas “Samba de Los Angeles” e “Move Along With Me”, compostas nos Estados Unidos, especialmente para o lançamento. 

Maio: “Olho de Peixe” – Lenine e Suzano 

Em Olho de Peixe, a voz e o violão suingados do pernambucano Lenine, somados à percussão orquestral do carioca Suzano, apontam novos caminhos para a música brasileira. “Nosso encontro nos levou a descobrir uma linguagem própria de expressão. Suzano harmonizando com a percussão e eu repercutindo o violão”, comenta Lenine. Além da dupla, a formação se completa com Carlos Malta tocando saxofone, Paulo Muylaert, guitarra, e Fernando Moura, teclados. O álbum é o segundo disco de Lenine, o primeiro de Suzano, e a sua gravação foi feita de forma independente. Coproduzido pela dupla e pelo engenheiro de áudio Denilson Campos, o disco saiu pelo selo Velas, lançado originalmente apenas em CD.

Junho:”Canto Coral Afrobrasileiro” – Os Tincoãs 

Em sua quarta formação, com Mateus AleluiaBadu e Dadinho, o trio vocal baiano Os Tincoãs canta o sincretismo religioso através de orikis iorubanos e salmos, acompanhados do Coral dos Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro. Produzido por Adelzon Gonçalves, com arranjos vocais do maestro Leonardo Bruno e regência de Armando Prazeres, o disco ainda conta com participação do lendário percussionista Pedro Sorongo.

Julho: “Vício Inerente” – Marina Sena 

O desejo é o fio condutor em Vício Inerente. Marina Sena pisa fundo em influências eletrônicas e passeia sua voz inconfundível por gêneros contemporâneos como o funk, o grime, o drill e o reggaeton. As composições da artista seguem falando, principalmente, de paixão, como em De Primeira (2021), o álbum que catapultou sua carreira. Entretanto, o cenário atual é outro: repleto de imagens urbanas, o novo disco da cantora é influenciado por sua mudança para São Paulo e por sua ascensão enquanto uma das maiores artistas do país.

Agosto: “No Tempo da Intolerância” – Elza Soares 

Concebido em 2019, o álbum foi gravado dois anos depois e lançado nas plataformas de streaming em 23 de junho deste ano, data em que Elza Soares completaria 93 anos. Com a ideia de evidenciar o trabalho de compositoras, ela gravou músicas de Pitty (“Feminelza”), Josyara (“Mulher pra Mulher [A Voz Triunfal]”), Isabela Moraes (“Quem Disse?”) e Rita Lee (“Rainha Africana”). Em “No Compasso da Vida”, Elza e Loureiro criaram a letra para uma melodia de Dona Ivone Lara. 

Setembro: “Letrux Como Mulher Girafa” – Letrux 

No terceiro álbum solo, a cantora e compositora carioca cria um jogo de semelhanças entre as características dos bichos e dos humanos. Com trocadilhos e figuras de linguagem, acompanhados por sintetizadores e guitarras distorcidas, Letrux constroi um álbum sobre as feras em cada um de nós. Consolidada como uma referência para diversas gerações, Letrux renova seu estilo teatral com ironia, assumindo ainda mais o humor enquanto um traço de sua criatividade. 

Outubro: “Belchior (1974)” – Belchior 

Com direção musical, arranjos e regência do músico pernambucano Marcus Vinicius, e direção de produção do próprio Belchior, o disco conta com clássicos como “Na Hora do Almoço” e “Todo Sujo de Batom”. O LP prensado pelo NOIZE Record Club traz ainda duas faixas bônus arranjadas por Rogério Duprat: a gravação original do hino “A Palo Seco” e “Sorry, Baby”. Até agora, essas gravações só haviam sido lançadas em vinil no raríssimo compacto original de 1973.

Novembro: “Padrim” – FBC 

Amor, dinheiro, violência, drogas, carreira: nada escapa ao flow e à caneta do belo-horizontino. FBC canta sobre a cura e o autocuidado em um contexto no qual manter-se vivo é um ato revolucionário. “Eu falo sobre mim, coisas que passei com o tempo. Consegui ver quem eu sou, as coisas que eu gosto. Consegui me perceber e quis retratar isso no álbum”, comentou o artista em entrevista à NOIZE. Com feats de peso, como L7NNON, Ebony, BK e Luccas Carlos, o álbum conta com uma das músicas até hoje mais tocadas do artista, que é um verdadeiro hit-maker, o lovesong “Se eu não te cantar”.

Dezembro: “Quatro” – Los Hermanos

Com hits como “Morena” e “O Vento”alterna canções com andamentos lentos e acelerados. Momentos sinfônicos dividem a cena com faixas eletrificadas, e o violão de nylon com as guitarras distorcidas. Ao contrário dos trabalhos anteriores do Los Hermanos, o aparecimento dos naipes de sopro são mais pontuais e os teclados de Medina ganham destaque nos arranjos. A mistura com o samba abre espaço para outras facetas do diálogo com a MPB. Sem limitações de gênero, o disco alcança do indie rock à música caribenha. 

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