A última noite de Bon Scott

09/07/2012

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

09/07/2012

_por Tomás Bello

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Curiosamente, é nesse início da semana do rock que é comemorado o aniversário de uma das maiores lendas roqueiras de todos os tempos: Bon Scott, vocalista do AC/DC entre 1974 e 80.

Durante os seis anos à frente da banda, Bon gravou sete discos – entre eles Highway to Hell, que alçou o AC/DC ao topo do mundo rocker.

Nascido em 9 de julho de 1946, o cara completaria 66 anos nessa segunda-feira. Mas você sabe como foi sua última noitada?

Londres, 18 de fevereiro de 1980. Bon Scott ligava para a ex-namorada – e traficante – Margaret “Silver” Smith, convidava-a para um drink. Ela negou, tinha um compromisso, mas disse que o companheiro de quarto Alistair Kinnear ficaria feliz em acompanhá-lo a um show no Music Machine, em Camden Town.

Muitas rodadas depois, a dupla deixou o pub em direção ao bairro de Ashby Court, onde Bon vivia à época. No caminho, o vocalista literalmente apagou no banco de trás do carro. Kinnear não deu bola, seguiu adiante. Ao chegar na casa de Scott, tentou acordá-lo sem sucesso.

Kinnear desistiu da idéia, dirigiu para o seu apartamento com Bon apagado no banco de trás. Chegando lá, uma nova tentativa de tirar o amigo bêbado do carro não deu em nada. O jeito foi deixar o frontman do AC/DC dormindo no Renault 5.

Manhã do dia 19, Kinnear acorda e vai direto ao Renault conferir Bon Scott. Já era tarde. Bon estava morto, praticamente congelado dentro do pequeno carro. Kinnear ainda levou o vocalista às pressas para o Kings College Hospital, mas o músico chegou ao pronto socorro já sem sinais de vida.

Horas depois e os principais jornais de Londres já noticiavam a morte, dizendo que o vocalista teria sufocado com o próprio vômito e que a baixa temperatura da madrugada e suas constantes crises de asma colaboraram pra tragédia.

“Quando fui buscar Bon para irmos juntos ao bar, ele já apareceu completamente bêbado. Chegando lá, ele ficou tomando quatro garrafas de whisky ao mesmo tempo”, declarou Alistair Kinnear ao Evening Standard um dia depois. Pra em seguida completar: “Mais tarde, no carro, eu não conseguia movê-lo. Então eu o cobri com um cobertor e deixei um recado anotado num pedaço de papel, dizendo o número do meu apartamento caso ele acordasse. O dia estava amanhecendo e eu fui dormir. Horas depois, acordei, fui dar uma olhada em Bon e logo percebi que algo de muito errado tinha acontecido.”

Foi a primeira e única declaração de Kinnear, que após o acontecimento simplesmente sumiu dos holofotes. Foi viver em uma remota cidade do litoral espanhol.

Em 2005, 25 anos depois da morte de Bon Scott, Kinnear voltou a falar sobre a noite. Para a revista Metal Hammer, ele confirmou a história e acrescentou: “Em nenhum momento eu vi Bon tomar alguma droga”.

Coube ao guitarrista Malcolm Young a tarefa de levar a triste notícia aos pais de Bon, na Austrália. Com uma certa raiva, Malcolm deu a seguinte declaração sobre a morte do amigo.

“Bon sempre desaparecia no final de um show e sumia completamente, sem deixar nenhum vestígio. Quando estávamos passando o som para o show seguinte, ele simplesmente aparecia do nada. Bon podia beber com frequência e sempre aprontar das suas, mas sempre que precisamos dele no palco ele estava lá. Era um cara super profissional. O mais difícil agora é ter que lidar com o fato de que Bon não irá aparecer nunca mais pra fazer o show com a gente em cima da hora. Ele se foi pra sempre.”

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09/07/2012

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