Arqueólogo resgata livro dos 30 anos do Araújo Vianna

19/05/2011

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Por: Revista NOIZE

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19/05/2011

Foi das mãos de Juarez Fonseca, durante a visita ao jornalista, que o Arqueólogo recebeu uma relíquia: o livro Auditório Araújo Vianna 30 anos, escrito por Elisabete Tomasi e Simone Graciela Derosso em comemoração às suas três décadas. A publicação é uma verdadeira viagem pela história do auditório e começa contando o que, acredite, muitos não sabem: quem foi Araújo Vianna. Clique aqui para ver a capa do livro.

Primeiro compositor gaúcho a ultrapassar as fronteiras do estado e ficar conhecido nacionalmente, José de Araujo Vianna teve sua formação musical em piano e chegou a morar em Milão, para se aprofundar em harmonia e composição. Foi um dos grandes nomes da produção lírica do Rio Grande do Sul e morreu aos 45 anos, em decorrência de uma doença desconhecida, seguida de paratifo. Para ver uma foto de Araújo Vianna, clique aqui.

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Seguindo pelo caminho do livro, chegamos às primeiras memórias do auditório, quando ainda era uma concha na rua Duque de Caxias, junto à Praça da Matriz, repleta de bancos de pedra. A construção de 1927 comportava 1.200 pessoas em um clima intimista em uma região importante, o centro da capital gaúcha. Mas a ânsia pelo progresso associado ao novo pairou sobre o Brasil e, numa época em que não havia a cultura de preservação de prédios históricos, determinou-se que aquele local seria o ideal para construir a Assembleia Legislativa. Sendo assim, o Araújo Vianna foi removido de seu endereço. Aqui, você confere uma foto do antigo auditório.

O Parque da Redenção foi eleito para abrigar o novo Araújo Vianna por ser um lugar já conhecido e frequentado pela sociedade. Em quatro anos, as obras foram finalizadas e, em 12 de março de 1964, era inaugurado o auditório tal como conhecemos hoje. Ou, ao menos, no mesmo lugar. O novo espaço tinha capacidade para 4.500 pessoas, um poço de orquestra para 60 músicos, salas de administração e ensaios e uma concha com 22 metros de boca, 12 metros de profundidade e 8 metros de altura. Para ver imagens de sua inauguração, clique aqui. Já aqui, você confere uma foto que mostra perfeitamente como era o auditório em seu início e, aqui, você vê o local lotado, logo depois de sua inauguração.

A concha acústica a céu aberto era uma exigência feita no acordo entre o Estado e o Município, mas nesta nova sede, contava com muito mais recursos técnicos e uma qualidade acústica superior. O próprio Carlos Fayet, arquiteto responsável pela obra ao lado de Moacyr Moojen Marques, pode comprovar a performance acústica ao escutar um rádio a pilha do outro lado do ambiente.

Apenas um mês após sua inauguração, o auditório passou por um momento crítico. Os militares, que iniciavam o seu regime no Brasil, chegaram à conclusão de que o Araújo Vianna remetia aos símbolos da foice e do martelo, usados pelos comunistas. Portanto, julgaram melhor deixar o auditório de lado e deixá-lo subutilizado. A classe artística e as pessoas ligadas à cultura consideraram um afronte e uniram-se na Associação dos Amigos do Auditório Araújo Vianna, que se manifestava a favor de programações constantes. A resposta foi uma agenda composta, inicialmente, apenas por óperas e, a partir de 1965, foi ampliada para gincanas estudantis e domingos no parque, com músicas, jogos e brincadeiras. Confira, aqui, uma foto da Banda Municipal no palco do auditório.

A partir dos anos 70, a música popular brasileira efervesceu pelo Brasil e, claro, teve lugar no Araújo Vianna. Roberto Carlos, Os Mutantes, Maria Bethânia, Elis Regina, Jair Rodrigues e Caetano Veloso, logo após voltar do exílio, foram alguns dos que se apresentaram – e lotaram – o auditório.

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19/05/2011

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