O codinome Soak, de Bridie Monds-Watson, é uma mistura de duas essências de sua música: soul e folk. A crueza da alma não falta nas letras da irlandesa que recém completou 18 anos. Inspirada pelos discos de Joni Mitchell e teclados do Pink Floyd, há cinco anos Soak tornou o violão seu fiel companheiro. Com sua voz doce e dedilhados suaves, ela consegue penetrar nos corações mais maduros.
Nas entrelinhas, Soak revela o que pensa sobre as coisas da vida, e não é pouco. Suas reflexões sonoras ganharam o primeiro EP em 2012: Trains, com três faixas – “Numb”, “Snow” e “Trains”. No mesmo ano, ela lançou Sea Creatures, seu segundo EP com a música-título que acabou se tornando seu grande single. É por meio de letras como “Sea Creatures” que Soak vai descobrindo sobre o amor e cantando, sem mesmo saber e querer, sobre questões de identidade sexual também. Suas letras não carregam apenas os sentimentos que ela escolhe. Traços da Bridie que Soak talvez nem quisesse transparecer podem respingar em suas composições, e não há nada que ela possa fazer. Pra acompanhá-la, um violão que procura ficar tranquilo, embora preocupado.
Convidada a gravar o terceiro EP pelo selo da banda Chvrches, o Goodbye Records, Soak estreia Blud em março de 2014 com quatro músicas. Uma delas é o remix da faixa-título feito pelo Chvrches, que você ouve logo abaixo.
Além do remix, “Explosions” é outra música do último EP que também acabou não entrando no primeiro disco de estúdio da Soak. Ela está aberta às manifestações mais profundas, e dolorosas, do amor. Os alargadores nas orelhas e o sentimento de inconformidade contrastam com a sutileza da voz e do violão de Soak. “Explosions” é ainda mais intensa em sessões acústicas como essa:
São vocais oscilantes como esses que nos ambientam ainda melhor nas imperfeições da vida que estão tão presentes nas letras de Soak. O primeiro disco de estúdio chegou faz pouco: Before We Forgot How to Dream foi lançado pela Rough Trade Records em maio de 2015. O single de estreia do álbum é o mesmo que deu título ao segundo EP dela: “Sea Creatures”, a grande metáfora da compositora. O “kaos”, que aparece ao ler Soak ao contrário, é realçado no disco com a produção do guitarrista da banda irlandesa Villagers, Tommy McLaughlin.
Mesmo antes das quatorze faixas chegarem, Soak já havia se apresentado em festivais como o Glasgowbury (Irlanda), the Stendhal festival (Reino Unido), the Cathedral Arts Festival (Canadá), entre outros.
Já ouvimos a Soak pelas mãos do Chvrches, mas a compositora também gosta de fazer seus remixes e covers. “Digital Witness”, da St. Vincent, e o clássico “Immigrant Song”, do Led Zeppelin, ganharam versões bem diferentes, mais lentas e estranhamente sombrias até, com os covers da Soak.
A cantora está com a agenda cheia até novembro desse ano, com shows nos Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Canadá, Espanha, Bélgica, incluindo em festivais como o Latitude Festival 2015, no Reino Unido. Uma de suas apresentações mais recentes, no dia 3 de julho, foi no Montreux Jazz Festival, na Suíça.
Adendo: Soak é apaixonada por discos de vinil e postou uma foto no seu Facebook oficial quando viu o LP de Before We Forgot How to Dream exposto em uma das sedes da grandiosa loja de LPs Amoeba.
Mais Soak:
soakmusic.co.uk
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