Cachorro Grande faz show do 1º (e “pior”) disco da banda

07/02/2013

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

07/02/2013

_entrevista por: Marcos Perez

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Hoje à noite, o Cachorro Grande sobe ao palco do Opinião, em Porto Alegre, pra relembrar. O show é um faixa a faixa do álbum de estreia da banda, homônimo, lançado em 2001, dentro do projeto Discografia Rock Gaúcho.

Aproveitamos o momento e convidamos Beto Bruno para dar uma volta no passado e contar como foi a concepção deste disco que, segundo ele, é o pior do Cachorro Grande.

O start
“Encontrei o (Marcelo) Gross (guitarrista) em 1999, na Good Music, uma loja de instrumentos onde ele trabalhava, em Porto Alegre. Na época, ele tocava bateria na banda do Júpiter Maçã e tava de saco cheio. Eu também tocava com os Malvados Azuis, e a gente só fazia covers. As músicas próprias não rolavam. Daí, surgiu a ideia da banda. Ele apareceu com o Gabriel (Azambuja, baterista) e eu com o Jerônimo (Bocudo, ex-baixista), e em menos de um ano já tínhamos um disco.”

O pior disco
“Esse é disparado o nosso pior trabalho. O único em que me lembro de sair do estúdio decepcionado. Claro que tinha a emoção de gravarmos um primeiro álbum, afinal, esse era o nosso sonho. O problema era que nós não entendíamos nada do estúdio. Eu acho que, por isso, a qualidade da gravação ficou terrível. O disco foi todo mal microfonado e as vozes dobradas ficaram bem ruins. As versões que a gente tocava nos shows eram muito melhores do que as que foram parar no disco. É definitivamente um álbum sem unidade.

Sem falar que as letras são horríveis. A gente fez só um ensaio para esse show que vai rolar no Opinião. Depois que terminamos, eu olhei para as letras e fiquei rindo. Eu olho para ‘Cleptomaníaca de Corações’ e não sei onde a gente tava com a cabeça quando fez essa música. Nós só vamos tocar nesse projeto porque é um disco clássico para Porto Alegre e para a cena underground mesmo. Olha, acho que ‘Lunático’ e ‘Pedro Balão’ poderiam entrar em qualquer um dos nossos discos porque, de toda aquela safra, elas são músicas que se salvam. Mas acho que são só essas mesmo. Quando escuto o disco, não vejo a nossa identidade. A gente não tinha uma sonoridade própria. Só lá pelo terceiro álbum é que surgiu o som da Cachorro Grande mesmo.”

Liderança mod
“Era algo muito doido. Nós pegávamos as influências que todos tinham e misturamos tudo. A gente escutava muito Beatles, Rolling Stones e Stooges, mas principalmente mod. A gente escutava muito The Who, Kinks, Small Faces, essas coisas. E naquela época tinha uma cena mod muito forte rolando no Sul. Porto Alegre estava vivendo a Quadrophenia e nós éramos os líderes de tudo isso. Pelo menos, é como nos sentíamos na época.”

Histeria radiofônica
“Foi muito doido (quando eles se ouviram no rádio pela primeira vez). Tinha um amigo meu que morava na Osvaldo Aranha (lendária avenida de Porto Alegre), e eu fui pegar um bagulho com ele. Quando a gente estava experimentando a parada, tocou ‘Sexperienced’, não lembro se foi na Ipanema FM ou na Atlântida. Só lembro que eu dei pulos de alegria. Depois disso, eu e o Gross compramos dois cartões telefônicos e saímos pelos orelhões da Independência (outra avenida da cidade), ligando várias vezes para a rádio e pedindo a música. A gente fazia vozes diferentes, pirava mesmo. Foi algo inesquecível.”

De lá pra cá
“Mudou tudo. Nosso equipamento é melhor, nosso comportamento na estrada é outro, nossa maneira de compor é diferente. O público também mudou. Depois que a gente veio para São Paulo, teve um pessoal que largou a banda de mão. Nos chamaram de vendidos e tal. Então, dá pra dizer que tudo ficou muito diferente daquela época pra cá. A única coisa que continua igual é que, mesmo quase 15 anos depois, ainda rola aquele tesão quando a gente se junta pra tocar.”

O show
“A gente não tem como preparar nada de especial, porque a proposta é tocar o disco na íntegra. As pessoas vão lá pra ouvir faixa a faixa do álbum, e é isso que nós vamos dar a elas.”

O Discografia Rock Gaúcho rola hoje, no Opinião, em Porto Alegre, a partir das 22h.
Além do Cachorro Grande, o Defalla também toca, e o disco escolhido é o “It’s Fuckin’ Borin’ to Death” (1988).
Os ingressos estão esgotados.

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07/02/2013

Revista NOIZE

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